ATA DA
QUINQUAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 20-6-2016.
Aos vinte dias do mês de
junho do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram presença
Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna,
Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Paulo Brum,
Prof. Alex Fraga, Rodrigo Maroni e Waldir Canal. Constatada a existência de
quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
registraram presença Adeli Sell, Airto Ferronato, Clàudio Janta, Delegado Cleiton,
Dinho do Grêmio, Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, José
Freitas, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Luciano Marcantônio, Marcelo
Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Márcio Bins Ely,
Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e
Valter Nagelstein. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo
nº 119/16 (Processo nº 1248/16), de autoria de Idenir Cecchim; e o Projeto de
Lei do Legislativo nº 129/16 (Processo nº 1364/16), de autoria de João Carlos
Nedel. Após,
foi apregoado o Memorando nº 035/16, de autoria de Engº Comassetto, informando,
nos termos dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do Regimento, sua participação, no dia
vinte de junho do corrente, no evento “Audiência Pública em Defesa do
Ministério da Previdência Social”, às quatorze horas, na Casa do Gaúcho, em
Porto Alegre. Também, foi apregoado o Memorando nº 009/16, de autoria de
Lourdes Sprenger, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo, no dia dez junho do corrente, no evento “Audiência Pública para
tratar da situação dos animais de rua de Bom Jesus e Cambará do Sul”, às dez
horas, na Câmara Municipal de Bom Jesus – RS. Do EXPEDIENTE, constaram os
seguintes Ofícios: s/nº e nos 460 e 1021/16, de Marcos Alexandre
Almeida, Coordenador de Filial – GIGOV/PO – Caixa Econômica Federal; nos
027 e 040/16, de Pedro Amar Ribeiro de Lacerda, Superintendente de Negócios da
Caixa Econômica Federal; nº 060/16, de Elisane dos Santos Reis, Coordenadora de
Filial – GIDUR/PO – Caixa Econômica Federal; e nº 160/16, de Graça Cristina
Freire de Campos, Coordenadora de Filial – GIDUR/PO – Caixa Econômica Federal.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Rodrigo Maroni e Bernardino
Vendruscolo. Os trabalhos foram suspensos das quatorze horas e trinta e dois
minutos às quatorze horas e trinta e oito minutos. Após, por solicitação de
Waldir Canal, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma a Sandro
Calderon e Dalton Duarte. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se Clàudio Janta.
Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se Marcelo Sgarbossa, em tempo cedido por
Sofia Cavedon, e Dr. Goulart, este em tempo cedido por Tarciso Flecha Negra. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Sofia Cavedon, Kevin Krieger, Fernanda
Melchionna e Jussara Cony. Às quinze horas e quarenta e três minutos,
constatada a existência de quórum deliberativo, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em
Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 309/13 (Processo nº 2789/13), considerando-se mantido o Veto
Total oposto, por nove votos SIM, quatorze votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após
ser discutido por Adeli Sell, Fernanda Melchionna, Waldir Canal, Prof. Alex
Fraga, Sofia Cavedon e Clàudio Janta, tendo votado Sim Clàudio Janta, Dr.
Thiago, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro,
Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon e Waldir Canal, votado Não Adeli Sell, Airto
Ferronato, Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, José
Freitas, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Luciano Marcantônio,
Mendes Ribeiro, Márcio Bins Ely, Paulinho Motorista e Paulo Brum e optado pela
Abstenção Idenir Cecchim e Lourdes Sprenger. A seguir, foram votados
conjuntamente e aprovados Requerimentos verbais formulados por Marcelo
Sgarbossa e João Carlos Nedel, solicitando alterações na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 391/13 (Processo nº 3480/13), em
sua parte vetada, considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, por dez votos
SIM e dezesseis votos NÃO, após ser discutido por Marcelo Sgarbossa e
encaminhado à votação por Sofia Cavedon, tendo votado Sim Adeli Sell,
Bernardino Vendruscolo, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Lourdes
Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e
votado Não Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dinho do Grêmio,
Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João
Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Mendes
Ribeiro, Márcio Bins Ely, Paulinho Motorista e Paulo Brum. Em Discussão Geral e
Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 048/14 (Processo
nº 0593/14), em sua parte vetada, considerando-se mantido o Veto Parcial
oposto, por sete votos SIM e dezenove votos NÃO, após ser discutido por Dr.
Thiago, Dr. Goulart e Dr. Thiago e encaminhado à votação por Clàudio Janta,
tendo votado Sim Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Dr. Goulart, Dr.
Thiago, Lourdes Sprenger, Mauro Zacher e Reginaldo Pujol e votado Não Adeli
Sell, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Fernanda Melchionna,
Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony,
Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Mendes
Ribeiro, Márcio Bins Ely, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon e Tarciso
Flecha Negra. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 048/14,
Bernardino Vendruscolo cedeu seu tempo de discussão a Dr. Thiago. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 014/16 (Processo nº
0994/16). Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 044/16 (Processo nº
1018/16). Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Cassio Trogildo,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia. Em Votação, foram aprovados os Requerimentos nos 036 e 002/16
(Processos nos 0946 e 0084/16, respectivamente). Em Votação, foi
rejeitada a Indicação nº 045/14 (Processo nº 2164/14), por cinco votos SIM,
doze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação por Marcelo
Sgarbossa, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Sofia Cavedon,
Clàudio Janta e Valter Nagelstein, em votação nominal solicitada por Reginaldo
Pujol, tendo votado Sim Adeli Sell, Fernanda Melchionna, Marcelo Sgarbossa,
Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon, votado Não Clàudio Janta, Delegado Cleiton,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
Kevin Krieger, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Márcio Bins Ely, Paulinho
Motorista e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção Tarciso Flecha Negra. Em
Discussão Geral e Votação, foi votado o Projeto de Lei do Executivo nº 022/15
(Processo nº 1781/15), o qual obteve dezesseis votos SIM, em votação nominal
solicitada por Lourdes Sprenger, tendo votado Delegado Cleiton, Dr. Thiago,
Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin
Krieger, Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Márcio
Bins Ely, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha
Negra, votação essa declarada nula em face da inexistência de quórum
deliberativo. Às dezessete
horas e cinquenta e três minutos, constatada a inexistência de quórum
deliberativo, foi encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se Sofia Cavedon, Valter Nagelstein e Dr. Thiago. Na ocasião,
Prof. Alex Fraga solicitou verificação de quórum, solicitação posteriormente
retirada pelo autor. Durante a sessão, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Valter
Nagelstein manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezoito horas e onze
minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada por Valter
Nagelstein, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para
a próxima sessão ordinária.
Os trabalhos foram presididos por Cassio Trogildo e Guilherme Socias Villela e
secretariados por Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. RODRIGO
MARONI: Boa
tarde, Presidente Cassio Trogildo, demais Vereadores e Vereadoras, público que
nos assiste das galerias, colegas da Câmara; hoje pela manhã, eu estive no
Colégio Anchieta, na Av. Nilo Peçanha, a convite de duas ONGs relacionadas à
causa animal bastante importantes: a Patas Dadas, que tem mais de 100 animais,
e a 101 Viralatas, com quase 400 animais. Elas cumprem um papel que o Poder
Público não conseguiu cumprir. A ONG 101 Viralatas hoje praticamente é vista
como um canil oficial do Município de Viamão. Eu estive aqui, algumas vezes,
falando do Município de Viamão e do quão lamentável é a falta de políticas
públicas independente do Governo – eu não quero me referir a um partido ou
outro, ou a um Prefeito ou outro. É um Município que, ao longo dos anos, não
construiu nenhum tipo de política pública, não tem canil, não tem projeto
nenhum, não há verba pública, não há sequer um projeto de castração.
Eu fiquei muito feliz de ter ido lá falar com
aqueles jovens que têm em torno de 16, 17 anos e ver a sensibilidade da
juventude em relação à causa animal, ver jovens motivados. As ONGs passaram
listas para quem quisesse participar de algum tipo de voluntariado, ou ajudar
com algum tipo de iniciativa, e fiquei muito contente em ver que quase a
totalidade dos alunos que estavam ali nos assistindo, participando e
interagindo se inscreveram com a intenção de melhorar. Muitas vezes, eu comento
aqui que, lamentavelmente, a vida adulta estraga muito o ser humano. Eu costumo
dizer que, quanto mais adulto, parece que menos humano a gente fica. E dali sairão, seguramente, pessoas
que, no futuro, estarão motivadas a contribuir, colaborar nessa causa que
precisa tanto, principalmente de boa vontade. No Poder Público não há boa
vontade, pois, há muitos anos, não tem sequer algum tipo de iniciativa em muitos
Municípios, a lembrar aqui do Rio Grande do Sul, em que 90% não têm sequer um
canil. É só ligarmos para o Interior para conferir; fizemos uma listagem dos
Municípios. Há a boa vontade das pessoas em dedicar alguns minutos, algum tempo
da sua vida. Para as turmas do Colégio Anchieta coloquei a ideia – a exemplo de
outros Municípios – de adotarem uma ONG dessas, já que são quatrocentas e
poucas só na Região Metropolitana, e colaborarem de alguma forma, doarem ração,
fazendo um trabalho permanente. Os animais que estão nessas ONGs são
sustentados pela boa vontade do voluntariado e da iniciativa individual de
pessoas de coração, de sensibilidade. Também na manhã de hoje tive mais um
animal resgatado, a exemplo de todos os dias, quando resgato seis, dez, quinze
animais, que já estava ferido há bastante tempo; na última sexta-feira, peguei
um animal atropelado há três semanas.
Quero,
de forma muito carinhosa, dar os parabéns ao meu Chefe de Gabinete, João Lopes,
uma pessoa que está acima do bem e do mal para mim; costumo dizer que ele é 90%
do meu mandato – ou até 100% –, porque é uma figura que faz política simples e
puramente por vocação. Ele está aqui por vocação, porque é Tenente reformado da
Brigada, e se dispôs a colaborar nessa tarefa tão difícil, diária, que envolve
muitos animais em situação de risco e também pessoas em situação de risco. Ele
me dá todo suporte, além de organizar o meu mandato com a sua assessoria, e
também fora daqui, dando suporte à segurança que precisamos. Nesse momento
bastante difícil para minha família, garanto para vocês que se ele não
estivesse aqui, talvez eu já tivesse saído da Câmara Municipal, porque é um
momento difícil em que tivemos que organizar um conjunto de segurança devido
aos transtornos que, infelizmente, acabam sendo natural da vida pública para
aqueles que enfrentam de forma sincera e honesta pautas que expõem a pessoa a
situações de risco, a condições direta, como é a causa animal, que eu sempre
digo que envolve pessoas com problemas psiquiátricos e problemas dos mais
diversos. Ter uma pessoa como o João Lopes do meu lado me garantiu bastante
coragem, eu diria, para fazer esse enfrentamento que a gente faz todos os dias.
Parabéns, João Lopes, espero que a gente se mantenha juntos durante muitos
anos, porque mais do que um Chefe de Gabinete, tu és um amigo, tu és um irmão,
uma pessoa pela qual eu tenho um carinho e guardo no meu coração como se fosse
um pai para mim. Um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Cassio Trogildo; Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores; eu vou pedir uma atenção muito especial ao Ver.
Maroni. Ver. Maroni, não leve a minha fala como algo pessoal. Vou lhe pedir
encarecidamente: não leve! Esta Casa é uma casa política, de debates, eu já
votei projetos com V. Exa., V. Exa. já votou comigo, mas nós temos, aqui neste
momento, que firmar algumas coisas, porque eu, Presidente Cassio Trogildo,
tenho a impressão que V. Exa., como Presidente, além da Procuradoria da Casa,
podem, de ofício, resolver algumas questões. Ver. Cecchim, eu vou dizer mais
uma vez: no final do ano me despeço e vou agradecer a cada um dos senhores e
das senhoras pelo apoio que recebi, mas nessa linha, Presidente Cassio, eu vou
fazer um protesto, eu vou embora antes! Primeiro, V. Exa. propõe um projeto que
quer dar um dia de dispensa do trabalho àquele servidor público que perde um
animal de estimação, que foi motivo de brincadeira aqui neste plenário, que alguém disse que ia
comprar um aquário com vários peixinhos e não sei o quê. Já começou aqui nesta
Casa. Agora V. Exa. traz um projeto que quer obrigar o uso de coleira
eletrônica por assassino ou estuprador de animal! Aqui nós temos uma questão de
competência legislativa, Sr. Presidente! Será que precisa engessar esta Casa
para lá na CCJ dizer que não tem juridicidade? Em algum momento esta Casa não
pode estar com a sua estrutura a serviço de vontades exageradas de um Parlamentar!
O Vereador não tem competência para legislar sobre o ir e vir de seres humanos,
nesse quesito não tem! Eu questiono até os Deputados Estaduais quanto a isso.
Isso aqui é uma competência federal, a questão de ir e vir. Olhem só: “Obriga o
uso de coleira eletrônica por assassino ou estuprador de animais”. Isso aqui
trata da pessoa humana. E eu não estou defendendo essa gente, não! Longe disso,
longe disso. Estou tratando da questão de competência legislativa. Depois, V.
Exa. vem: “Institui, no Município de Porto Alegre, a obrigatoriedade da adoção
de cães ou gatos por unidade familiar e dá outras providências”. Vou repetir –
de autoria do Ver. Rodrigo Maroni: “Institui, no Município de Porto Alegre, a
obrigatoriedade da adoção de cães ou gatos por unidade familiar e dá outras
providências”. Onde está a competência de um Vereador? Meus colegas, não quero
eu ser o Corregedor desta Casa, agora, ou nos unimos ou eu vou embora, porque
aqui não é meu lugar então!
Outro
projeto de autoria do mesmo Vereador: “Determina a construção de cemitério
público municipal para animais e dá outras providências.” Se eu tivesse
competência para determinar que o Executivo... Eu já fiz críticas ao Executivo,
eu não sou da oposição. Eu mandaria o Executivo, se eu tivesse competência:
fecha todos os buracos que esta Cidade tem! Terminem todas essas obras que
iniciaram e não terminam nunca! Mas eu não tenho competência para isso;
infelizmente, essa não é a nossa competência.
Essa
é uma questão particular, já existem particulares explorando esse serviço. Aí
devemos, sim, quem sabe, incentivar com a questão de impostos; agora não
determinar. Se eu pudesse determinar, meu Deus do céu, eu determinaria aos meus
colegas Vereadores e a quem quer que seja que fosse mais precavido e prudente
com o dinheiro público. Desculpem, mas não tenho mais paciência, os senhores me
desculpem. Ver. Maroni me desculpe; Vossa Excelência, em uma semana leva tiro,
na outra é assaltado, é agredido. E aí esses projetos todos, não dá!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Convido os Vereadores a virem até a
Mesa. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h32min.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo – às 14h38min): Estão reabertos
os trabalhos.
O
SR. WALDIR CANAL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de
silêncio pelo falecimento do Sr. Sandro
Calderon e do Pastor Dalton Duarte.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Sr. Clàudio Janta está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu queria, primeiramente, saudar o Presidente e os líderes aqui.
É uma decisão que não agrada os taxistas, mas é uma decisão, Toninho, Walter,
representantes dos taxistas, necessária para a cidade de Porto Alegre, porque
esta Casa se torna muito pequena para fazer uma audiência pública. Porque o
projeto que veio para esta Casa não trata somente do transporte individual de
passageiros; ele trata do transporte individual, coletivo e demais transportes
de passageiros sobre plataformas e aplicativos em Porto Alegre. Então nós
estamos achando que essa audiência pública seria dos usuários de plataformas
individuais, dos três aplicativos que se encontram em Porto Alegre e dos
taxistas. Não, será um debate com usuários de táxi-lotação, usuários de
transporte escolar, usuários de vários modais de transporte em Porto Alegre. Eu
acho que realmente esta Casa é pequena. Nós sugerimos ao Presidente o Auditório
Araújo Vianna. Nós teremos lá os taxistas de Porto Alegre, os trabalhadores de
lotação, de transporte escolar, de frete, de vários sistemas de transporte
discutindo a questão dos modais em Porto Alegre. Porque é isso o que vamos
estar discutindo, não somente os três aplicativos, ou um que diz que está
legalizado e começou a trabalhar antes da lei que há nesta Casa, ou os outros
dois que já surgiram. Vamos trabalhar e discutir sobre todas as questões dos
aplicativos. Então eu acho que a pressa é inimiga da perfeição. Se nós queremos
discutir um projeto de lei que irá vigorar na cidade de Porto Alegre não por um
período, mas, sim, por muito tempo, eu acho que, sabiamente, o Presidente,
junto com os líderes, tomou a decisão acertada. E eu acredito, Toninho, Walter,
que a mobilização dos taxistas, do pessoal dos lotações, dos fretes, dos
transportes escolares irão seguir isso, assim como os usuários e trabalhadores
de plataformas estarão discutindo esse assunto.
Outra coisa que quero falar aqui, é que eu
estava hoje, a manhã inteira, no Centro de Porto Alegre, como estive na
sexta-feira da semana passada, porque amanhã iniciam as eleições do Sindicato
dos Comerciários de Porto Alegre, o maior sindicato da iniciativa privada do nosso
Estado, e, como eu falei na quinta-feira, o nosso Centro está tomado; o nosso
Centro está tomado, não de pessoas fazendo compras, não de pessoas consumindo,
mas tomado de vendedores ambulantes de tudo o quanto é espécie, desde as fotos
que mostrei aqui de vendedores de mantas e meias, vendedores de artigos de
inverno, até vendedores de frutas, de legumes, de tudo o que se possa imaginar,
em todas as esquinas da nossa Cidade. Não é só na Rua da Praia, mas na Rua
Voluntários da Pátria, na Rua Dr. Flores, na Rua Vigário José Inácio, na Rua
Marechal Floriano Peixoto, na Av. Senador Salgado Filho, em todas as ruas.
Tivemos e temos aqui colegas que foram
Secretários da Indústria e Comércio: os Vereadores Idenir Cecchim, Valter
Nagelstein, Adeli Sell e Dr. Goulart, e a Cidade vivia ordeiramente. Criamos o
camelódromo e permitimos que as pessoas que pagam tributos, impostos e geram
empregos produzissem. E, agora, a Cidade está uma vergonha. E não é por causa
da greve dos municipários. A Cidade está uma vergonha há muito tempo, entregue
aos camelôs. E não são camelôs, os camelôs estão lá no Camelódromo. Está
entregue a pessoas que largam as mercadorias de caminhões, exploram as pessoas,
e, depois, à noite, voltam e recolhem as mercadorias. Eu acho que nós temos que
tomar providências sérias, porque, depois que se instalam, novamente teremos
que discutir nesta Casa leis e locais para botar essas pessoas. É um absurdo,
uma vergonha! Na frente de estabelecimentos, vendendo produtos
industrializados, produtos de procedência duvidosa, produtos que são vendidos
em farmácias, que são vendidos em lojas, que são vendidos em casas oficiais, em
casas que têm registro, em casas que são legalizadas pelo Município de Porto
Alegre. Então, nós estamos novamente nesta tribuna falando sobre isso e
esperamos que sejam tomadas as devidas providências, principalmente pelos Pares
desta Casa que já ocuparam a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Passamos ao
O
Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo da Ver.ª Sofia Cavedon.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa tarde a todos e a todas. Quero
agradecer a Ver.ª Sofia Cavedon, já havíamos feito essa troca: há um tempo ela
utilizou o espaço que era destinado ao nosso mandato para o Grande Expediente,
e nós, agora, então, estamos ocupando o espaço que estava reservado para ela.
Estamos
no quarto ano do nosso mandato. Fomos eleitos para cumprir um mandato de quatro
anos, estamos na metade do quarto ano e entendo que é o momento – pode ser
feito mais adiante, mas logo entraremos no período eleitoral, que é mais
conturbado e mais intenso – em que é possível prestar contas das nossas atividades.
Num Grande Expediente anterior, ainda no ano passado, eu já havia vindo a esta
tribuna para listar uma série de projetos, ideias que tivemos, ideias que
surgiram pela participação de pessoas pelas redes sociais, que acompanham o
nosso mandato e que foram transformadas em indicações, em proposições
legislativas, em projetos de lei. E agora estamos, então, passado mais um ano,
andando mais um pouco e é possível, ainda com mais sentido, prestar contas do
nosso mandato, que é o que fazemos neste espaço de 15 minutos. Faremos isso nas
ruas – estamos fazendo – e fizemos justamente um material com esse nome
“prestação de contas”, onde listamos as principais ações do nosso mandato, as
principais iniciativas e um balanço geral. Algumas iniciativas ficaram de fora,
não foi possível compor todas as iniciativas, mas as principais estão aqui
relatadas no material chamado “prestação de contas”.
Eu
acho que tem uma questão importante, que é um compromisso que assumimos em
termos um mandato coletivo. Essa não deve ser uma expressão jogada no papel ao
acaso, depende de um exercício diário de conseguir ter uma ação coletiva. E
essa grande marca, que talvez há cinco ou dez anos não se ouvisse falar, é uma
ideia mais horizontal de ação coletiva, ou seja, não ter aquela lógica mais
gerencial ou mais voltada para uma cadeia hierárquica de comando e ação, e sim
um debate, um consentimento, um convite ao protagonismo de todo esse coletivo,
seja de um mandato, seja de um movimento, e uma ação em conjunto. Então não é à
toa aqui que tentamos nos denominar e é um exercício constante e vigilante para
poder ter um mandato coletivo.
As
nossas cinco grandes áreas de atuação poderiam ser resumidas, seja na expressão
mobilidade, sustentabilidade, direito à cidade, direitos humanos e também uma
linha de ação na questão dos direitos animais. Para cada uma dessas cinco
grandes áreas temos projetos de lei, indicações e proposições, como falei
antes. Quero ressaltar hoje o Dia do Refugiado, que é um projeto da nossa
autoria que tramita na Câmara e que lembra uma das nossas tantas ações dentro
do campo que nós aqui chamamos de direitos humanos. É claro que o mandato faz
também um convite para que a Câmara Municipal, os Parlamentares, representantes
eleitos de quatro em quatro anos, consigam ter uma ação de relegitimação. Na
semana passada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, a nossa bancada, foi
fazer uma intervenção direta na rua. Pegamos o T1, falamos com as pessoas, e a
gente sabe que, quando o tema é política, quando as pessoas identificam que
estão na frente de uma representação política, a tendência é, infelizmente, uma
reação negativa. Muito nos acolhem positivamente, alguns têm uma reação
negativa. Acho que isso traz uma reflexão, não é com o PT, com o PSOL, com
partidos de oposição ou partidos de situação, a política em geral está em uma
deslegitimação profunda, eu diria, que é possível termos ousadia para inovar e
relegitimar essa representação institucional.
Nós
tentamos, talvez não sejam os melhores métodos, mas acho que o teste é fundamental,
algumas questões que tentam colocar o papel do Parlamento naquele que nós
entendemos o mais correto, ou seja, não é mais aquela representação total do
cidadão e da cidadã, mas um papel de mediação e de incentivo à participação
direta, sempre que possível, da cidadania. Não foi à toa, temos aqui um projeto
tramitando chamando e-partipação, projeto que trata da abertura da Câmara para
que a cidadania possa, inclusive, participar e dar sugestões na tramitação dos
projetos de lei, nas indicações, nas proposições legislativas que tramitam
nesta Casa.
E
fizemos, também, na semana passada, foi destaque no Correio do Povo, uma ação
direta, fomos até o Tribunal Regional Eleitoral, porque nós estamos
preocupados em efetivar aquele direito à participação, previsto na Lei Orgânica
do Município, que prevê projetos de iniciativa popular – que são muito raros,
nós não temos conhecimento de nenhum em Porto Alegre –, através de uma emenda,
em 2010, por meio de assinaturas digitais. Isso abre a possibilidade da população
efetivamente participar, conseguir os 5% das assinaturas necessários para a
apresentação de um projeto de lei de iniciativa popular. Então, fomos ao
Tribunal Regional Eleitoral tentar obter informações de como auxiliar na
concretização desse direito fundamental, o direito à participação política.
E também ousamos, quando estamos falando em
relegitimação da política, em, por exemplo, submeter um convite de viagem que
faríamos para Colômbia há dois anos, a uma consulta popular pela Internet, a
ferramenta que temos à disposição, e, majoritariamente, as pessoas se colocaram
contrárias a uma viagem que sairia dos custos da cota básica mensal do nosso
gabinete. Portanto, como a votação foi negativa, 65% dos internautas que
participaram foram contrários a minha participação – eu faria uma fala e
visitas em Medellín, na Colômbia, no 3º Fórum Mundial da Bicicleta –, deixamos
de fazer essa viagem. Então, vejam, talvez não seja por aí, talvez haja outras
iniciativas, outras formas do que nós estamos falando aqui de legitimar,
relegitimar a política e a participação institucional, mas essas são algumas
tentativas que nós fizemos.
Nós tivemos aqui 152 proposições, em três anos;
são 75 projetos de lei, então, fica impossível falar de todos. Mas eu
destacaria o primeiro, aquele que, caso o STF não tivesse, no ano passado,
decidido pelo fim do financiamento empresarial... A nossa lei, que hoje é uma lei
proposta pelo nosso mandato, aprovada nesta Câmara – inclusive, foi o Ver.
Márcio Bins Ely que pediu nova votação e acabou, posteriormente, retirando esse
pedido –, finalmente foi enviada para o Prefeito, que, a muito custo – preciso
fazer essa ressalva: a muito custo –, sancionou, mas sancionou um dia depois do
STF decidir pelo fim do financiamento empresarial nas eleições. Mas caso o STF
não tivesse decidido por essa correta decisão, nós teríamos tido nessa eleição,
praticamente, o mesmo resultado final, porque a nossa proposta era simples,
mas, eu digo, cirúrgica: ela proibia que empresas doadoras de campanha eleitoral
pudessem fazer contratos com a Administração pública. Foi um projeto que marcou o nosso mandato, não tem
a ver necessariamente com mobilidade urbana, com direitos humanos, com
sustentabilidade, mas tem a ver com esta mudança radical na democracia, que é
este desequilíbrio, que alguns candidatos e candidatas conseguem financiamentos
vultosos e aí ferem, na nossa opinião, o princípio democrático. Porque é
difícil você, com parcos recursos, concorrer com aqueles que conseguem muito
mais recursos e majoritariamente vindo das empresas, da doação das pessoas
jurídicas.
Nós estamos, aqui, falando dos projetos em destaque. Eu acho
que um outro projeto que eu preciso destacar, que, talvez, seja o símbolo
principal do nosso mandato, é aquele que tratou de uma emenda aprovada no
plenário da Câmara, e que previa mais tempo para as pessoas atravessarem a rua.
Um projeto simples, um projeto que recalculou a velocidade das pessoas que
caminham na Cidade e percebeu que a EPTC calcula o tempo de travessia dos
pedestres com base na velocidade das pessoas mais rápidas. Numa escala
internacional de velocidades e tempo de caminhada, é o homem adulto que caminha
mais rápido. Então, nós invertemos essa lógica, porque sabemos que uma Cidade
do futuro precisa ser uma Cidade que retome a escala humana e pense naqueles
mais lentos. Esta escala internacional coloca as pessoas com deficiência e
idosos acima de 70 anos, numa velocidade que é, praticamente, a metade da
velocidade do tempo de caminhada do homem adulto. Portanto as sinaleiras,
muitas delas ainda continuam com o tempo exíguo – eu consigo constatar isso no
dia a dia e quem caminha na Cidade consegue constatar isso – e percebe-se que
muitas sinaleiras foram alteradas depois de toda a polêmica e do teste que a
EPTC fez no dia 29 de abril de 2014. Quero ressaltar que esse foi o dia em que
ninguém morreu atropelado na Cidade. Porque a EPTC, descontente e com a
proposta aprovada aqui na Câmara durante a votação do Estatuto do Pedestre,
resolveu, então, fazer um teste. Porque o Prefeito, quero fazer justiça,
sinalizava positivamente a sanção da nossa emenda, que garantia um tempo mínimo
de 30 segundos nas travessias de pedestres. O Prefeito foi sensível e, na sua
sensibilidade política, percebeu, talvez por ser um morador do Centro e
caminhar pela Cidade, que há sinaleiras em que as pessoas não têm tempo para
atravessar. Mesmo assim entendeu que era necessário, e por indicação da EPTC
realizaram um tal teste. Nesse dia do teste – um teste que foi feito de
surpresa, sem a participação de ninguém da Câmara, muito menos nossa, enfim –,
a Cidade amanheceu, ninguém entendia bem o que estava acontecendo, e o tráfego
estava trancado. Nós, imediatamente, saímos às ruas e percebemos o que estava
acontecendo: a EPTC tinha baixado o tempo do sinal verde do motorista, que, em
geral, dura em torno de 40 a 60 segundos, e trazido para 20, vinte e poucos
segundos. Com isso, não deu tempo de os automóveis arrancarem, Ver. Adeli,
fazerem aquele pelotão de veículos, encontrarem mais duas ou três sinaleiras
abertas – a chamada onda verde – e, assim, cumprirem um ciclo. Por isso a
Cidade foi congestionando. É uma pena – quero fazer aqui a ressalva – que, para
rejeitar uma ideia que, no fundo, dizia somente mais tempo para os pedestres,
se trancou a Cidade, tanto que o teste, lá pelas 9h, foi cancelado. Pergunto se
a EPTC não tinha nenhuma previsibilidade do que certamente aconteceria: uma
sinaleira que, normalmente, no horário de pico da manhã, com 40, 60 segundos,
já congestiona, o que dirá uma sinaleira reduzida para 20, vinte e poucos
segundos. Quero fazer a ressalva desse projeto específico, logicamente depois a
Prefeitura encaminhou para a Câmara um outro projeto revogando essa nossa
proposta, mas quero trazer este como um projeto simbólico.
Quando
nós falamos aqui em cidades mais humanas, falamos em retomada da escala humana,
ou seja, ver a cidade a partir da pessoa e não da fluidez do trânsito. Nós
vamos votar, na tarde de hoje, um projeto de Indicação nosso que trata da
implementação de uma faixa exclusiva para ônibus na Av. Ipiranga. De novo:
estamos aqui privilegiando o transporte coletivo. Agora, a prioridade da cidade
é quem caminha nela, isso não há sombra de dúvida; nós temos que privilegiar as
pessoas que caminham, as pessoas que andam de bicicleta, e não é por uma causa
corporativa que estou falando aqui, não é porque eu sou usuário da bicicleta e
sou motorista, não faço uma defesa em causa própria, mas faço uma defesa de um
outro modelo de cidade: uma cidade em que as pessoas possam se encontrar,
possam conviver e viver, uma cidade em que a fluidez de quem está de carro não
fique acima, inclusive, do valor vida. Então, esse é o convite, quero deixar
aqui à disposição a nossa prestação de contas detalhada com os projetos em que
tivemos mais destaque e dizer, por último, da grande responsabilidade na
questão dos gastos que temos aqui com a nossa ação Parlamentar. Então, não
queremos aqui citar nenhum, fizemos um comparativo com a média geral, e acho
que conseguimos ser muito austeros e muito cuidadosos na nossa ação. Não
deixamos de fazer a ação política, ação do mandato, mas só com os recursos
necessários. Fizemos de forma eficiente e eficaz. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em
Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Tarciso Flecha Negra.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Ver. Cassio Trogildo;
Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, demais amigos que nos acompanham, das coisas
árduas que temos no mandato ou no Executivo, para mim foram facilitadas essas
agruras da vida política na possibilidade que eu tive de, quando assumi o
DEMHAB, poder fazer quase 3 mil casas para a população mais necessitada de
Porto Alegre. Esse é um assunto que quase não se fala nos jornais, quase não se
fala em nenhum lugar, parece que nunca existiu isso. Mas nós fizemos grandes
retiradas de pessoas de áreas inóspitas, de áreas insalubres, de áreas
perigosas. Imagina, se lá foram 3 mil casas mais ou menos, então no mínimo umas
12 mil pessoas se beneficiaram. Em 2009, quando fui designado pelo Prefeito
Fogaça para ser Secretário da Habitação, a Secretaria entregou, pelo PIEC, 104
unidades habitacionais. Nos campos do Cristal, aí pelo Programa Pisa,
entregamos 188 habitações, e o interessante é que, na sexta-feira de carnaval
daquele ano, houve uma invasão dos 188 apartamentos que já estavam prontos nos
campos do Cristal. Engraçado, porque eram pessoas invasoras – e não ocupantes –
querendo tirar lugar de pessoas ocupantes por lei. É uma coisa estranha. Até
conversei muito com o Sr. Carrion, à época, Vereador. Questionei: será que nós
temos que dar apoio para esse tipo de ação? As pessoas queriam invadir aquilo
que nós já íamos entregar para o povo necessitado. Ele concordou comigo que não
era uma coisa desejada, mas as pessoas já estavam dentro das casas, então
tivemos que nos socorrer da Brigada Militar e da PGM para fazer uma readmissão
de posse, que retornou para a SMIC, para a Prefeitura, e nós devolvemos para as
pessoas que estavam designadas para os campos do Cristal. Em 2010, nós fizemos,
na Rua Dr. Barcelos, um condomínio com 23 unidades. Algumas ruas tinham que ser
abertas dentro da Vila Funil; para isso, era necessário tirar 23 habitações.
Como o número era pequeno, deu para fazer rápido. Estão lá até hoje aquelas
belas casinhas na Rua Dr. Barcelos.
Existiam
dois ícones do incômodo social, sendo que um deles era – e ainda é! – a Vila
Dique. Pela Vila Dique, nós conseguimos entregar 922 moradias, e ainda faltam
serem feitas outras 700 a 800 para tirarmos as pessoas daquela região palustre,
daquela região estragada, com aquele riacho apodrecido entre as ruas, onde as
crianças caminham em esgoto a céu aberto e pegam as doenças mais estranhas. Nós
apresentamos, então, as primeiras 320 casas, em 2010, da Vila Dique. E o que
mais teve de maravilhoso, além de dar as casas? O Instituto Trata Brasil fez um
estudo muito importante sobre o que estava acontecendo na Vila e percebeu, Sr.
Presidente, que, durante o primeiro ano em que lá moravam as famílias, não
morreu uma criança de processo inflamatório ou infeccioso ou de verminose.
Nenhuma! Poderiam ter morrido de acidente ou de outras coisas, mas não, não
morreu nenhuma criança, mostrando o quanto é importante a mudança que uma
pessoa sofre ao sair de uma zona degradada para uma zona com calçada, esgoto,
ruas com calçamento. Criamos uma associação nesse mesmo lugar para fazermos os
encontros políticos e sociais da região. Também fizemos um posto de saúde junto
com o Secretário da Saúde e uma grande escola junto com a Secretária Cleci
Jurach. Em 2011, muito nos encantou dar mais 214 casas para morarem na Vila
Dique. E a grande transformação que nos foi permitido fazer nesta Cidade foi a
retirada da Vila Chocolatão, que ficava ao lado dos tribunais. Uma zona
infecta, perigosa, zona de mortes, de estupro. Precisavam de 191 habitações.
A Sra. Lourdes
Sprenger:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Realmente, essa
transferência da Vila Chocolatão foi um marco também para nós. Era uma vila em que
as protetoras auxiliavam os moradores. Mas pessoas físicas não têm tanto poder
para implementar assistência aos animais. Naquela época, estávamos iniciando na
Prefeitura a Coordenadoria de Políticas Públicas para Animais Domésticos, e
conseguimos encaminhar todos os animais esterilizados na mesma mudança dos
moradores para a nova residência, que, por sinal, foi modelo a ser seguido,
inclusive junto com a reciclagem. Foi um complemento de moradia e o
encaminhamento dos animais, evitando custos ao Município, com o nosso apoio e o
da Proteção Animal. Parabéns pela atividade naquela vila, como em outras.
O SR. DR.
GOULART:
Muito obrigado. A Vila Chocolatão sofria incêndios em todos os verões, muitas
pessoas morreram, casas destruídas, e eram verdadeiras pocilgas. Quando comecei
as transferências para as 191 unidades, estávamos construindo uma escola
infantil, um posto de saúde
e, principalmente, o centro de reciclagem, onde, mais ou menos, 60 pessoas por
turno, trabalhando, somavam 180 pessoas que lá estavam morando. Fizemos, também
uma estação de tratamento de esgoto, que atirava no Guaíba, ou nos seus
emissários, água preparada, não a água estragada que vinha das fossas ou das
torneiras das pias daquelas casas. Mas havia um problema. Qual era o problema?
O que mais incomodava, além dos estupros, da violência, da sujeira e das
doenças, era a droga. E aí pensamos: como vamos resolver o problema da droga
naquele lugar tão bonito, ali naquela vila? Então, pensamos: vamos levar
brigadianos para tomar conta da vila, Ver. Pujol? Aí disseram: Doutor, se o
senhor levar brigadianos para lá, podem se formar milícias, que nem no Rio de
Janeiro. Então, como resolver o problema para que não se instalasse a droga de
início, botassem as pessoas para fora, porque costumam fazer isso em todas as
vilas. Nós encontramos uma saída, Ver. Pujol. Foi alocar 5 residências em 181,
para famílias de brigadianos. Então, os brigadianos que atendiam ali naqueles
postos ao redor do Morro Santana, foram com suas famílias, suas esposas e os filhos,
para cinco habitações lá na nova vila Chocolatão. Com isso não se instalou o
tráfico de drogas naquele local; uma maneira de se trabalhar, a ponto de
Brasília e do Exterior terem dado vários prêmios para esta vila Chocolatão
nova, que ninguém sabe, porque isso a imprensa não gosta de dizer, isso a
imprensa não fala. Pois não, meu querido chefe, que me estimulou a fazer esse
trabalho que estou dizendo.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Meu querido amigo, V. Exa. é um homem surpreendente, que eu conheci
poeta, ligado a fazer samba para o nosso Estado Maior da Restinga; depois eu
lhe vi Secretário da Saúde em Cachoeirinha, dentro da sua atividade, como
médico; mais tarde, Presidente da Casa; diretor do DEMHAB; Secretário Municipal da Indústria e
Comércio; eu diria, sem exagero, que o mais cosmopolita de todos os Vereadores
e hoje o mais versátil é Vossa Excelência. Eu gosto que V. Exa. não se peja de
ressuscitar algumas ideias. Essa ideia que V. Exa. pôs em prática, como Diretor
do DEMHAB, de colocar em cada núcleo habitacional a figura do brigadiano, que,
de certa maneira, há 20 anos, quando a gente criou a Restinga, se fez a mesma
coisa, hoje, Vereador, lamentavelmente, não é tão eficiente como já foi no
passado, não por culpa da ideia em si. É que antigamente o facínora, o
delinquente, só em ver um militar fardado nas suas proximidades, fugia dali e
ia para outro lugar. Hoje as coisas mudaram, hoje nenhum militar quer andar
fardado porque fica temeroso de ser vítima, de ser alvo do marginal, do
facínora, etc. Então. V. Exa, com a sua sensibilidade de poeta, de homem amante
da vida, foca no pior e o mais profundo problema que vivemos no dia de hoje,
que é a instabilidade de segurança pública, o medo que toma conta de todos nós.
Siga na luta, Vereador, pode ser que a forma carinhosa com que V. Exa. trata o
assunto seja uma contribuição mais efetiva do que o desespero que toma conta de
todos os setores nos dias atuais com o problema. Um abraço ao amigo.
O SR. DR. GOULART: Muito
obrigado. Vocês imaginam como fica feliz este Vereador ouvindo essas palavras
de quem? De um dos homens que fez o maior número de habitação popular na Cidade de Porto Alegre, criou a Restinga, que foi o nosso
querido ex-Secretário do DEMHAB, Ver. Pujol.
A Sra. Sofia Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Goulart, sei
que V. Exa. está centrando na questão da habitação, algo muito importante aqui
para Cidade de Porto Alegre, mas queria lhe dizer que
o reconheço como um grande militante de muito tempo na saúde, queria
compartilhar aqui V. Exa., com os telespectadores, que vivemos um momento
dramático na saúde. Foram divulgados dados de 280 milhões que, entre o ano
passado e este ano, não foram repassados entre o Estado e a União aos hospitais
deste Estado. A situação está dramática, o pagamento dos trabalhadores, dos
médicos, diminuição de consultas. Queria compor aqui o seu Grande Expediente
com esse tema, eu que tenho muita divergência com o Sindicato Médico, e o próprio
Simers vem denunciando a outra medida, que é a Desvinculação dos Recursos da
União –
DRU, na qual União, Municípios e Estados não precisarão mais investir o
percentual constitucional em saúde. Eu queria a tua avaliação, porque acho que
isso é um retrocesso enorme diante das demandas da saúde no Brasil.
O
SR. DR. GOULART: Apoiada. Vamos nos preparar para tocar esse assunto, juntos,
Vereadora.
Como esta quase terminando o meu tempo,
quero dizer para vocês que tiramos duas vilas de grande perigo: a Vila São
João, perto do Partenon; e a Vila Santa Clara, perto da Av. Coronel Aparício
Borges. Nessas duas vilas, 56 famílias passavam muito mal, pois cada vez que
chovia era um desastre. E nós conseguimos passá-las para trás do Partenon,
atrás dos prédios que fizemos e que o Everton concluiu, em frente ao Carrefour.
Ali são quinhentas e tantas casas. De cada um desse dois lugares, foram 28
famílias para a região chamada de São Guilherme. Bom, se eu for falar do
programa Minha Casa, Minha Vida, não conseguirei falar em 15 minutos.
Que bom que foram muitos serviços e, numa
outra oportunidade, irei contar o restante do que fizemos com a ajuda do
Prefeito Fogaça, do nosso querido Prefeito Fortunati e, principalmente, dos
dois partidos nos quais militei: no PDT e no PTB, que é meu grande partido de
agora.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, a nossa bancada tinha que
começar a semana tratando obrigatoriamente do tema dos municipários. É a
categoria de trabalhadores que atende à cidade de Porto Alegre, que está
vinculada às políticas públicas que debatemos aqui todos os dias, que é
responsável pelo saneamento; pelo fornecimento de água; pela educação; pela
saúde, majoritariamente, que, apesar de municipalizada, tem a parceria dos
ex-funcionários estaduais e federais. Nós estamos há sete dias com a greve dos
municipários. Se não é uma greve completa, abrangente, é uma greve contundente, é
uma greve que tem mostrado combatividade, que tem mostrado capacidade de
mobilização da categoria, de indignação da categoria. A falta de diálogo, a
falta de mediação na mesa dos trabalhadores é inaceitável, Ver. Janta. A última
reunião foi no primeiro dia de greve, na terça-feira passada. Um Governo que
quer resolver não pode estar de portas fechadas, como nós vimos, inclusive, o
Governo sequer receber a Direção do Sindicato para que fosse entregue um ofício
em que a categoria votou uma contraproposta, Ver. Adeli Sell. Ou seja, não dá
para dizer que há uma radicalização da categoria, porque, na quinta-feira
passada, mesmo diante da absoluta ausência de negociação, mesmo diante da falta
de proposta, a categoria, em assembleia geral, votou diretrizes para uma
contraproposta, para que o Governo pudesse reabrir negociações. O prejuízo está
nas nossas escolas, o no recolhimento do lixo, no posto de saúde, no
atendimento da assistência social aos mais pauperizados da cidade de Porto
Alegre. Os funcionários próprios da FASC estão, praticamente todos, Ver. Kevin,
paralisados. Acho que quem está mais unanimemente na greve é a Fundação de
Assistência Social, isso em pleno inverno. Claro que ela tem muita
terceirização, no entanto, os funcionários do quadro estão paralisados, estão
na movimentação, estão dirigindo esta greve.
Eu acho que, diante dos dados, que não são tão
assustadores... Se o Município de Porto Alegre terminou o ano com superávit, se
votou projetos de lei que acabaram concedendo benesses a alguns setores, terá
que fazer um esforço de priorização com e para o conjunto dos municipários.
Ver. Luciano Marcantônio, que esteve no Governo até há pouco tempo, a gente
sabe que sempre é difícil para o Governo cobrir toda a categoria, só que uma
categoria que não tem, na sua data-base, mais do
que 1% como reposição da inflação, é muito difícil que ela aceite uma
negociação. Que mais 3% fique para o ano que vem também não, porque tem mudança
de Governo este ano, tem eleições no final do ano, o que joga para uma
insegurança muito grande. A contraproposta da categoria, Presidente Cassio, que
fez um esforço de contatar o Prefeito, é que venha para dentro do ano, até aceitam o parcelamento, mas
valorizando mais a data-base e dentro do ano em curso.
Quero
agradecer ao Ver. Cassio pelos movimentos da semana passada, ao Ver. Kevin que
hoje atendeu, novamente, como Líder do Governo, a direção do Simpa que aqui
veio, e que amanhã de manhã tem uma reunião de negociação, finalmente. Acho que
o fato de amanhã o Governo receber, pela manhã, cria uma expectativa muito
importante para a assembleia geral que ocorrerá amanhã à tarde. Espero que
possamos, amanhã, categoria, esta Câmara, Governo, celebrar um acordo que
conclua essa greve e que os municipários sintam que foram respeitados, que
foram priorizados, que há diálogo e que se motivem para retomar o trabalho com
o vigor e com a qualidade que caracterizam a categoria municipária. Mais
diálogo, mais prioridade para o conjunto da categoria, benefícios para toda
Cidade, para todos os funcionários, é o que nós desejamos.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. KEVIN KRIEGER: Boa tarde, quero cumprimentar o
Presidente da Casa, Ver. Cassio Trogildo; Vereadoras e Vereadores; público que
está aqui conosco e que nos assiste pela TVCâmara. Ver.ª Sofia, eu lhe escutei
atentamente, como sempre, e numa das suas manifestações, V. Exa. falou que o
Governo estava com as portas fechadas. Acabamos de nos reunir na sala da
liderança do Governo, com a situação e a oposição, tentando, novamente, fazer
uma construção do diálogo junto do comando de greve do Simpa – sindicato que
representa os municipários –, para que possamos abrir novamente a mesa de
negociação, como fizemos no ano passado e quando o Ver. Cassio, nosso
Presidente, teve um papel fundamental. Esse é um dos papeis das nossas
responsabilidades, mas quando V. Exa. coloca que as portas estão fechadas, acho
que é muito importante que seja colocado aqui da tribuna e para todas as
Vereadoras e Vereadores que uma das exigências mínimas de retomada do diálogo e
da negociação é que não tenhamos nenhuma porta fechada nas Secretarias, nas
fundações e nas autarquias do Município de Porto Alegre. Se amanhã não tivermos
nenhum bloqueio na nossa Cidade em relação ao acesso dos nossos servidores
públicos e dos nossos serviços para a sociedade, para a comunidade, nós
teremos, sim, uma reunião, às 9h30min, para retomar o diálogo e para o Governo
escutar a contraproposta do comando de greve e do Simpa. E aí, sim, nós
abrirmos novamente essa negociação, porque, sem dúvida nenhuma, Ver. Pujol, as
pessoas que precisam dos serviços da Cidade não querem a greve, os servidores
também não devem querer essa greve, o Governo não quer a greve. Então nós
precisamos sentar à mesa e buscarmos uma negociação onde quem ganhe seja o povo
desta Cidade, que tenha melhores serviços e melhores atendimentos. Nós
confiamos muito nos nossos servidores municipais, acreditamos muito na
competência deles, de atender ao nosso cidadão, como também acreditamos no
nosso Governo, que tem feito o máximo esforço, e prova disso é a vitória que o
Governo e a Procuradoria-Geral do Município tiveram num projeto de lei que nós
aprovamos nesta Casa – que o Governo encaminhou no ano passado e nós aprovamos
–, com relação ao efeito cascata, que eu tenho que reconhecer, e faço isso com
muita tranquilidade, que foi uma construção desta Casa, tanto da situação como
da oposição. Junto ao Governo, ao sindicato e ao comando de greve nós
construímos, coletivamente, um projeto que deu certo, inclusive, Ver.ª Jussara,
vencemos na Justiça, e, graças a esse trabalho desta Casa, nós chegamos a um
denominador comum. Hoje, nenhum dos trabalhadores do Município de Porto Alegre
corre mais o perigo de perder de 20% a 30% do seu salário. Essa etapa nós
vencemos. Temos outras a vencer e nós estamos aqui, abertos ao diálogo. Amanhã,
se Deus quiser e todos cumprirem com as suas palavras, nós estaremos, às
9h30min, com o Vice-Prefeito Sebastião Melo e o comando de política salarial do
Município, comando de greve e sindicato para tentarmos construir o final dessa
greve, que todos nós queremos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde a todos e a todas. Eu também queria me
manifestar em nome do PSOL – em meu nome e do Ver. Prof. Alex – com relação a
essa luta justa e necessária que os municipários de Porto Alegre fazem, neste
momento, na nossa Cidade. Acabamos de participar da reunião com o Líder do
Governo, Ver. Kevin Krieger – a quem eu também agradeço, porque havia lhe
ligado no final da manhã e, prontamente, o Ver. Kevin abriu a agenda –, com a
Ver.ª Sofia, que havia feito contato conosco, assim como com a Ver.ª Jussara e
os nossos colegas Vereadores da oposição, buscando retomar o diálogo diante de
uma greve que já chega a uma semana e em que, infelizmente, não houve um avanço
das propostas apresentadas pelo Governo. E nós temos um entendimento de que a
greve do ano passado foi muito vitoriosa, à medida que houve o compromisso com
o projeto de lei que resolveu o problema do efeito cascata, e nenhum dos
municipários teve a perda de até 30% dos seus salários, fruto da luta da
categoria, fruto das negociações deste Legislativo e, evidentemente, da própria
pressão naquele momento de greve; e depois, este ano, frente ao Judiciário. Mas
nós temos um problema muito concreto que já aconteceu na negociação do ano
passado e que, lamentavelmente, ocorre novamente nas propostas que foram
apresentadas até este momento que deflagraram uma greve da categoria pela
ausência de nova proposta do Executivo e que não avançaram, Ver. Kevin, que é
justamente esse parcelamento. No ano passado, tem-se uma estimativa de que,
entre a data-base de maio do ano passado e maio deste ano, os trabalhadores
municipais perderam um salário diante da não reposição das perdas, porque o
aumento já foi parcelado. E quando o Governo propõe parcelar o salário,
evidentemente os trabalhadores têm perdas salariais, porque a inflação é muito
grande – basta irmos ao supermercado, basta fazermos qualquer um dos movimentos
cotidianos da vida para sentirmos o peso da inflação no bolso da classe
trabalhadora. E, à medida que os salários não são reajustados conforme a
inflação, os trabalhadores estão perdendo salários, perdendo poder aquisitivo.
Além disso, a proposta apresentada pelo Governo vai até o ano que vem, para uma
nova Administração, com uma proposta de apenas 1% de reajuste em maio, sem
nenhuma sinalização da recomposição dessas perdas ou mesmo uma proposta que seja dentro do exercício de 2016,
com parcelas mais justas, com o compromisso de recompor essas perdas da
categoria, diante desse parcelamento de um ano. Então, nós estamos com a
expectativa de que amanhã, na mesa de negociação que foi reaberta... Já
cumprimentamos pela reunião que ocorreu agora há pouco com as lideranças do sindicato,
as nossas líderes, o Ver. Prof. Alex e o Ver. Kevin Krieger, mas amanhã tem
nova mesa de negociação com o Governo, o que não havia ocorrido nesses oito
dias de greve. Nessa nova mesa de negociação nós esperamos que, de fato, haja
negociação, que avance a proposta, que sinalize para a categoria – nem vou
falar em aumento, para a Rosane que me ouve atentamente – a recomposição das
perdas. Quando nós falamos de inflação, estamos falando apenas de perdas
salariais, nenhum centavo a menos de novo em 2016. É necessário reafirmar que a
categoria que é responsável pela execução dos serviços públicos não tenha essas
perdas, para os professores que estão na rede, para os trabalhadores dos
hospitais que estão lá na ponta, nas Unidades Básicas de Saúde, para os trabalhadores
do DMLU, do DMAE, da FASC. Nós não podemos aceitar que aqueles que são a razão,
ou seja, os que executam os serviços públicos no Município de Porto Alegre,
sejam desvalorizados, tenham os salários sucateados e sejam tratados como se
fossem menos que outras categorias que ganharam gratificações e aumentos,
inclusive com nosso voto contrário. Eu não consigo conceber um Secretário dizer
que um auditor merece receber, em termos percentuais, mais do que um professor,
do que um médico, do que um enfermeiro. Para nós, todos os valorosos servidores
municipais são importantes para a execução dos serviços públicos e precisam ser
reconhecidos como tal. Então, nós, eu e o Ver. Prof. Alex Fraga, estamos
apoiando a luta para que essa proposta melhore e que a gente possa, sim,
garantir respeito aos municipários e também a garantia do retorno do serviço,
porque a gente sabe que a greve é o último recurso de uma categoria, que sempre
preza pela negociação e pelos seus direitos antes de entrar em um processo como
uma greve, mas, infelizmente, pelo não avanço das propostas, pela
intransigência do Governo, pelo tamanho das perdas salariais, a categoria
evidentemente teve que fazer essa greve, que é justa, necessária para garantir
essa valorização dos municipários. Portanto, essa valorização do serviço
público é tão importante para a nossa população.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu venho a esta tribuna como Líder do PCdoB, mas também como
Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Servidor e do Serviço Público.
Queria dizer que tivemos uma reunião, há pouco, com o Líder do Governo, Ver.
Kevin Krieger, estavam presentes os Vereadores Prof. Alex Fraga, Fernanda
Melchionna, Sofia Cavedon e esta Vereadora, não somente como membros da
oposição, mas também como representantes que somos, além de outros Vereadores,
da Frente Parlamentar. Nós entendemos que foi uma reunião importante. Desde a
semana passada, quando teve a assembleia dos servidores, na sexta-feira,
novamente tentei falar com o Prefeito Fortunati e não consegui, não obtendo
resposta, deixando, inclusive, mensagens, porque a pauta era estratégica,
importante, necessária e urgente, pois era para exatamente nós buscarmos um
meio de conversação e para Gestão Municipal receber os servidores públicos
municipais em luta. Felizmente, Ver.ª Fernanda, Ver. Alex, Ver.ª Sofia, hoje...
E eu quero, em nome da Frente, agradecer ao Líder do Governo, Ver. Kevin
Krieger, mais uma vez, pela atenção, porque tivemos uma reunião com o Líder do
Governo e com a representação da direção do Simpa, buscando uma resposta. A
intervenção do Líder do Governo foi pronta, foi rápida, tanto que subiu a esta
tribuna, agora, e nos deu o retorno de uma perspectiva de uma reunião amanhã,
às 9h30min, para receber os municipários. Naturalmente, o Ver. Kevin irá
acompanhar, com certeza, e também nós, da oposição, estaremos acompanhando.
Eu
sempre tenho essa percepção, e tenho dito isso em todos os processos de
negociação, desde que voltei a esta Casa, nesta Legislatura, que,
historicamente, se desde o início, Ver. Alex, das datas-bases, que são
importantes para todos os trabalhadores e para os municipários também – os
municipários são trabalhadores, aliás, estratégicos para uma gestão –, a
categoria municipária fosse recebida pela gestão, se o Governo recebesse os
seus servidores para esse diálogo, nós evitaríamos... Porque a data-base é
fundamental, a data-base é quando sentam os trabalhadores com seus patrões. No
caso o patrão dos trabalhadores é o Governo, seja quem for que esteja no
Governo. O diálogo, se estivesse aberto, evitaria muitos problemas, porque
parece que a gestão está distante dos seus trabalhadores e que não entende,
muitas vezes, que os trabalhadores são obrigados a fazer greve, até porque a
greve é a mais elevada forma de luta, é uma conquista da classe trabalhadora.
Então, parece que os gestores não entendem, muitas vezes, que os trabalhadores
são a principal parte do serviço público, eles que dão consequência, lá na
ponta, às políticas públicas de uma gestão. E o que os municipários querem?
Eles querem o reajuste do que eles perderam – e perderam com a inflação – e,
com esse reajuste parcelado, eles perderão mais ainda. Então, essa antecipação
da parcela do reajuste dos servidores é estratégica inclusive para o bom
funcionamento do serviço público. Então, antecipar para este ano, por exemplo,
todo o parcelamento, essa é uma reivindicação absolutamente justa, porque a
inflação está pegando a todos, nós estamos em uma crise na Nação brasileira
agravada inclusive pelo golpe de estado à democracia. Porque, sem democracia,
naturalmente, a crise se agrava. Nesse sentido que os servidores municipários
querem, e que nós apoiamos, que haja uma democracia, haja democratização nas
relações da gestão com os servidores. A luta maior hoje dos municipários é
antecipar para este ano. E nós lá estaremos junto com o Líder do Governo, com o
Vice-Prefeito que irá, ao fim e ao cabo, receber os trabalhadores para garantir
que as reivindicações sejam olhadas como algo altamente positivo pelo Governo,
porque é positivo para a própria gestão. E esta Câmara, eu repito: esta Câmara,
em seu todo, sempre tem tido um papel fundamental. Eu presido a Frente
Parlamentar, e, em nenhum momento, faltou articulação política de todas as
Bancadas desta Câmara Municipal – até porque a Frente Parlamentar pressupõe
todas as Bancadas –, nunca faltou participação da Mesa Diretora da Câmara
Municipal. O efeito cascata é um exemplo concreto disso, foi uma
vitória dos trabalhadores. E quero dizer aos trabalhadores e ao Simpa que esta
Casa, mais uma vez, estará presente na busca dos direitos dos municipários na
cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 15h43min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2789/13 – VETO TOTAL ao PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 309/13, de autoria do
Ver. Waldir Canal, que assegura aos professores da rede municipal de ensino de
Porto Alegre a concessão de desconto sobre o valor efetivamente cobrado pelos
ingressos de casas de diversão, espetáculos teatrais, musicais e circenses,
exibições cinematográficas, parques e similares das áreas de cultura e lazer.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Mauro Pinheiro: pela rejeição
do Veto Total;
- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela
manutenção do Veto Total;
- da CECE. Relator Ver. Mendes Ribeiro: pela
manutenção do Veto Total;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Adeli Sell: pela
manutenção do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 17-06-16 (sexta-feira).
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLL nº 309/13, com Veto Total.
(Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 309/13,
com Veto Total.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; Ver. Canal, coube a mim a
tarefa de dar o parecer sobre o projeto na Comissão e, de uma forma muito clara
e transparente, me obrigo a começar o diálogo com V. Exa., que teve
preocupação, mais uma vez, com a cultura, com os professores, nossos
educadores.
É muito complexo este tema. Evidentemente, seria
meritório se nós pudéssemos ter um bônus efetivo para os professores poderem
comprar seus livros, ir ao cinema, ir ao teatro, porque eles são as principais
pessoas para transmitir, não apenas conhecimento, mas saber às novas gerações.
Eu li com muita atenção os seus argumentos. Isso
evidentemente me sensibiliza e me faz abrir o debate aqui sobre o veto do
Prefeito Municipal. No entanto, nós, hoje, já vivemos uma discrepância nesta
questão da meia-entrada e dos descontos, porque, pelas características da nossa
economia, da nossa estrutura social, há jovens, estudantes, que podem pagar e
os que não podem pagar e não têm acesso ao cinema, ao teatro, aos bens culturais,
esporte, cultura e lazer, de uma forma mais abrangente.
Nós temos que chegar a alguns pontos que vão
caminhar muito nessa linha do Vale-Cultura, introduzido pelo Governo Federal e
alguns mecanismos que eu
proponho, em sendo mantido o veto, que V. Exa. possa chamar um debate na
Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Lazer da Câmara, para que se possa
repensar, talvez mais coletivamente, uma forma de ajudar nossos professores a
terem maior acesso à cultura, porque eles são os grandes transmissores do saber
para a nossa juventude.
Eu
acompanhei o veto do Prefeito Municipal por algumas razões - que ali exponho e
sobre as quais não vou poder me alongar aqui - e quero dizer que inclusive nós
temos um grande problema por parte dos artistas, que dependem muito do público.
Hoje nós não temos um grande afluxo de pessoas ao mundo cultural, infelizmente.
Fazer essa diferenciação para os professores não nos traz a segurança de que
vamos ter um afluxo maior de público - temos que ver outras formas. Inclusive
sabemos que muito depende também do poder aquisitivo, da economia em geral, do
aquecimento da economia novamente. Nesse sentido, eu acompanhei o veto do
Prefeito Municipal, porque me parece que temos que ver os dois lados: os
artistas precisam ter público, precisam ter um ganho adequado; os professores,
pois também já vemos que há uma diferença, não só salarial, mas também de
condições de vida e de relações familiares. Por isso acompanhamos o veto e vai
ser esse também o nosso voto em plenário, mas sempre dispostos a ajudar o
professorado de Porto Alegre e atento especialmente a V. Exa., ao seu mandato,
que tem trazido para esta Câmara importantes contribuições. Prefiro abrir o
debate e, de uma forma muito tranquila, muito singela, colocar a minha posição.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a
palavra para discutir o PLL nº 309/13, com Veto Total.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Antes
de subir à tribuna, eu estava analisando, junto com o meu colega Ver. Prof.
Alex Fraga, a Ordem do Dia da tarde de hoje, notei que infelizmente, Vereadores
e Vereadoras, temos vários vetos. Com relação a este Projeto vou votar pela
derrubada do veto, porque eu acho que a gente precisa, evidentemente, pensar
nos direitos dos professores. Eu defendi o projeto do Ver. Waldir Canal com
convicção, quando o Vereador o apresentou, mas também quero falar do meu
posicionamento ao veto parcial ao projeto do Ver. Márcio Bins Ely, é o terceiro
veto da tarde de hoje. Temos a presença da Secretária Waleska Vasconcellos -
quero parabenizar o veto do Prefeito, acho que isso é importante, quando nós
temos uma posição que é correta. No terceiro veto nós temos um veto correto,
porque atacava o direito das mulheres poderem levar, em um momento tão
importante da sua vida, as doulas para dentro dos hospitais. A gente sabe como
a presença das doulas garante e assegura às mães mais tranquilidade. É uma
relação importante e ao mesmo tempo precisa ser fortalecida, para que a gente
tenha cada vez mais um parto humanizado. Essa emenda foi um contrabando ao
projeto do Ver. Márcio Bins Ely, e nós vamos votar, então, pela manutenção do
Veto Parcial do Prefeito Fortunati, só para a emenda. Mas eu gostaria de cumprimentar
o veto do Prefeito Fortunati neste projeto e, ao mesmo tempo, criticar o veto
no projeto do Ver. Waldir Canal, porque acho que nós precisamos avançar no que
diz respeito aos direitos da comunidade. Eu sempre defendi, quando fui do
movimento estudantil, uma meia-entrada de verdade, Ver. Waldir Canal, que não
fosse apenas de 10% nos domingos e feriados para os estudantes; que nós
pudéssemos entender que jovens precisam, sim, desse tipo de atividade como
forma de complementação da sua formação. Depois veio outro projeto que avançou,
conforme a legislação estadual, mas no tema dos professores ainda não havia
aparecido, e os professores estão na ponta, educando as crianças. Os
professores estão nas escolas, sofrendo com o sucateamento. Muitas não têm estrutura,
em muitas escolas falta professor. Agora nós acabamos de ver, recentemente,
ocupações nas escolas estaduais por falta de merenda escolar. Os estudantes
lutando para ter direito à merenda, para que o teto não caia na sua cabeça,
porque tem colégios que precisam, sem dúvida, de reformas imediatas e, a partir
da sua mobilização, uma grande vitória foi conquistada com a previsão de
liberação de recursos para as reformas no Estado e ao mesmo tempo a retirada de votação do
PL nº 044 em 2016, que é um projeto de lei que prevê a privatização, inclusive
das escolas públicas estaduais. Bom, no Município, nós estamos vivendo,
exatamente neste momento, a questão de uma greve municipal, a falta de
professores, o combate ao assédio moral, o sucateamento das nossas escolas, a
falta de vagas para as crianças de zero a cindo anos. E diante disso, é preciso
pensar políticas públicas que ajudem a desenvolver a educação. Eu fui
defensora, por
exemplo, do cartão para que os professores pudessem comprar livros na Feira do
Livro, na nossa Capital, podendo, sim, ajudar na formação desses professores;
ajudar cotidianamente em políticas públicas que ajudem a formação dos
professores. Nós temos aqui o nosso Ver. Professor Alex, que conhece bastante
uma pauta que me deixou muito indignada: no Plano Municipal de Educação se
tirou a garantia de que os professores podem apresentar trabalhos acadêmicos em
colóquios, em congressos importantes para a educação. Então, isso vai
desvalorizando a formação do professor, e, ao mesmo tempo, não vai permitindo a
formação cotidiana. Eu acho que a cultura é fundamental, porque a cultura é
transversal, seja no teatro, no cinema, na música. Ela é transversal para toda
a sociedade. Quando a gente debate segurança, política cultural, fazer a
prevenção, a segurança é fundamental. Então, concluo por aqui, dizendo que nós
vamos votar pela derrubada do veto no projeto do Ver. Waldir Canal. Achamos que o projeto
é meritório, avança em direitos dos professores da Rede Municipal, tenho
convicção de que o Ver. Prof. Alex também vai discutir a matéria; portanto tem,
obviamente, a nossa posição contrária à posição do Prefeito, mas, ao mesmo
tempo, sem deixar de registrar o veto adequado e correto, que será o terceiro a
ser apreciado na tarde de hoje. O Prefeito Fortunati fez essa emenda, houve uma
reunião na Prefeitura, com a presença da Ver.ª Jussara Cony, doulas, da
Secretária Waleska Vasconcellos; ficamos muito contentes de receber a notícia
desse veto, com a convicção de que estamos ajudando a luta em defesa dos
direitos das mulheres.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Waldir Canal para discutir o PLL nº
309/13, com Veto Total.
O SR. WALDIR
CANAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, venho a esta tribuna, não poderia deixar de vir
aqui e falar a respeito deste veto. Primeiramente, quero lamentar o veto. O Governo fez um esforço muito
grande para vetar o projeto, pelo que eu pude apurar e, ao meu entender, foi
uma falta de sensibilidade com essa questão. Este projeto, que eu apresentei
nesta Casa, foi aprovado por unanimidade, não saiu do acaso. Antigamente, os
professores tinham uma carteirinha que lhes permitia ter esse desconto nas
salas de cinemas e espetáculos. Isso foi tirado deles há muitos anos. Na
realidade, o objetivo do projeto é exatamente o contrário das argumentações do
Governo. O projeto visa a dar condição para os nossos professores apresentarem
uma educação de qualidade para os seus alunos. O projeto almeja que os
professores de Porto Alegre tenham acesso a esse desconto - não é uma isenção,
é um desconto -, que seria até às 18h de segunda a sexta-feira; exatamente, no
horário, em que as salas de cinema e espetáculos, muitas delas, nem público
têm. Seria uma forma de fomentar que os professores levassem suas turmas,
nesses horários, para que elas pudessem assistir aos filmes. É normal e comum,
muitas vezes, os professores fazerem trabalhos de fim de ano, trabalhos
escolares sobre determinado tema. Tivemos, recentemente, o filme O Tempo e o
Vento, me lembrei do nome do filme, que foi tema de sala de aula. Muitos alunos
foram assistir aos filmes, fizeram redação, valeu nota. Isso tudo, o professor
vai e acompanha a turma. Os alunos têm meia-entrada, e eu quero até elogiar o
nosso Presidente da Câmara, o Ver. Cassio Trogildo, que fez um projeto que deu
a meia-entrada para os alunos de baixa renda até 29 anos de idade. Com 29 anos
de idade, os alunos têm direito; o professor não tem esse direito. Então, ao
contrário dos argumentos do Governo, vetar por vetar, vetar simplesmente porque
não quer o projeto... As argumentações que estão aqui são muito fracas,
fraquíssimas ao meu entendimento. Fiz uma declaração de voto, não vou ler aqui,
porque são várias folhas, mas vai ficar registrado, vou deixar registrado, aqui
na Casa, para, futuramente, aqueles que quiserem pesquisar por que não foi
aprovado esse projeto saberem o motivo. Então, quero dizer bem claramente que
vou votar contra o veto do Prefeito, o veto do Executivo, porque não concordo
com os argumentos e não concordo com a perda desse direito dos professores; não
concordo, porque era a possibilidade de darmos melhores condições. Aqueles
professores que quisessem utilizar, poderiam utilizar, poderiam ter esse
direito; aqueles que não quisessem, não utilizariam.
Então,
quero agradecer aqui até mesmo ao Relator, o Ver. Mauro Pinheiro, que já se
posicionou, na Comissão de Constituição e Justiça, contra o veto. Vários
Vereadores estão contra o veto, estão pensando com aqueles que estão lá agora,
mobilizados, exatamente em busca de melhores salários. Se tivessem bons
salários, não estariam em greve, não estariam reivindicando. É nesse sentido
que eu quero dizer que o nosso projeto não vem trazer prejuízo para salas e
artistas; absolutamente. O objetivo é aumentar. O professor é um multiplicador,
é aquele que vai multiplicar aquele bom espetáculo, aquele bom filme, ele vai
poder indicar para os alunos, mas também vai poder não indicar, por não ser
indicado para a formação pedagógica daqueles que ele têm responsabilidade de
educar e formar. Educação não é só dentro da sala de aula, no quadro; essas
atividades que saem das escolas também fazem parte da educação, da formação dos
alunos. Aqui temos vários professores que sabem muito bem disso.
É
uma pena; eu quero dizer que isso é uma falta de sensibilidade. A falta de
sensibilidade que leva a vetar um projeto dessa natureza. Um grande abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a
palavra para discutir o PLL nº 309/13, com Veto Total.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde, senhoras e senhores que
acompanham nossas discussões na tarde de hoje. Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, eu não poderia deixar de subir à tribuna se houve um veto num
projeto de tal importância. Nós, professores, somos cobrados continuamente,
tanto pela sociedade, como pelas famílias, pelos nossos próprios alunos a
estarmos atualizados. Precisamos buscar essa atualização comprando livros,
fazendo cursos, muitas vezes sem nenhum tipo de respaldo financeiro por parte
da Rede e das mantenedoras nas quais nossas escolas estão inseridas. Portanto,
tudo cabe aos nossos recursos, que não são muito grandes, porque, neste Brasil,
pouco se valoriza a atividade profissional dos professores.
Com
relação ao projeto em si, extremamente meritório, eu vou fazer um destaque na
fala do Ver. Waldir Canal, que talvez tenha passado desapercebido por boa parte
das pessoas presentes do plenário e que estão acompanhando nossos trabalhos. O
Ver. Waldir Canal, no momento em que afirma que isso pode aumentar, inclusive,
o fluxo de pessoas para presenciar espetáculos, shows, exibições artísticas, ele não está usando meias palavras,
isso é realidade. Eu não conheço uma pessoa que vá, por exemplo, a um
espetáculo corriqueiramente sozinho. A pessoa geralmente vai a uma atividade
cultural acompanhada, levando familiares, amigos. Os amigos são todos
professores, será? A minha esposa não é professora. Se eu fosse a uma atividade
cultural, a um teatro, fazendo uso desse desconto, a minha esposa pagaria
integralmente. Então eu não concordo com o fato de que vá haver um custo
excessivo ou um peso. Eu acredito que essa proposta tende a aumentar a
circulação e a utilização desses espaços. Muitas sessões de cinema e
espetáculos ficam vazios. Tu percebes mais de 50% dos bancos ociosos.
Obviamente, existem alguns horários em que há uma procura maior, mas a maior
parte das sessões e das exibições tem espaços sobrando. Eu acredito que, para
completar esses espaços, o projeto do Ver. Waldir Canal cai como uma luva, é
perfeito, pois desonera o salário dos professores, reduz o valor para acesso a
essas atividades e disponibiliza mais público para as casas de shows, espetáculos, cinemas e teatros de
Porto Alegre.
Então
eu parabenizo o senhor pela proposta. Votei favoravelmente quando ele estava
sendo apreciado e votado neste plenário; agora, voto pela derrubada do veto do
Prefeito. Eu acredito que o veto contou com extrema falta de sensibilidade e de
visão, porque não analisa tudo o que está por trás disso, não analisa a atual
situação econômica da população e, de certa forma, contribui para um
esvaziamento ainda maior desses espaços, que poderiam estar completamente
lotados, preenchidos. Então parabéns pelo seu projeto! Votarei pela derrubada
do veto do Prefeito. Boa tarde!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a
palavra para discutir o PLL nº 309/13, com Veto Total.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr.
Presidente, senhoras e senhores,
quando o Ver. Waldir Canal fez a proposição, a primeira questão que me surgiu,
Ver. Adeli, que nós já discutimos nesta tribuna, foi: quando a gente dá isenção
para o público, no caso, para os nossos espetáculos – grupos de teatro, de
música, etc. –, a gente acaba tirando a pouca receita, fruto do trabalho, que
sustenta o trabalho dos trabalhadores da arte. Nós temos que ter esse cuidado
ao propor isenções – não é, Ver.ª Fernanda? –, porque o pessoal da cultura fica
indignado: “Sai do meu bolso!”. E é verdade! Os artistas que não têm um emprego
fixo ganham muito menos que nós, professores municipais – muito menos! –, além
de não terem segurança e previdência. A Casa do Artista existe porque os
artistas ficaram idosos e, porque usavam recursos para sobreviver, não puderam
gastar com a sua
aposentadoria. A lei atual restringe bastante a poucos espetáculos, a um
percentual pequeno, enfim, foi uma negociação com os artistas em tempos
anteriores. Mas a lei do Vereador que abrangia os professores estaduais, o que
achava justo, porque é a categoria que menos recebe, ela acabou tendo emenda,
sendo retirada por construção no diálogo com o Governo, enfim, tirou de quem
mais pudesse ter a solidariedade, inclusive dos artistas, porque são os que
recebem os salários mais baixos. E eles precisam, porque é da sua natureza, é o
insumo da sua capacidade de docência participar das atividades de fruir
cultura, produzir cultura, participar do mundo cultural. Se os professores
estiverem fora disso, maior ainda a crise na educação, mais ainda a escola
anacrônica, mais ainda ensino desinteressante. Não tenho dúvida de que devíamos
ter a extensão aos setores públicos do Vale-Cultura e não ser apenas para
algumas empresas que abatem do imposto de renda, devia chegar a todos
professores e professoras do país, para consumirem mensalmente cultura, porque
é um importante aporte na formação dos professores, no seu capital cultural, o
que é fundamental para uma educação de qualidade.
Por essas razões, vou votar contra o veto, só
para indicar que tem que ter uma política de fomento, de apoio ao professor na
cultura. Quero aproveitar para dizer que se gasta dinheiro com coisas que não
acumulam para essa educação de qualidade. Fiz aqui muitos protestos em relação
aos uniformes escolares em que muitos milhões foram gastos. Gostaria que os
senhores Vereadores e Vereadoras andassem nas escolas para verem se enxergam
crianças com uniforme. O dinheiro foi torrado. Não acrescentou 0,1% em
qualidade na educação. Nada acrescentou. Nada! Ao contrário. E esta Casa ainda
votou uma lei para instituir uniforme escolar! Isso é patético! Os professores
são contra! Só deu trabalho para as escolas! E o Prefeito sancionou! Essa é a visão de educação! Ele veta um
aporte de educação, de cultura aos professores, e sanciona e promove torrar
dinheiro com uniformes escolares. Ele veta cultura para os professores e impõe
ponto eletrônico na periferia da Cidade! Ponto eletrônico em escola! Quem
trabalhou em escola sabe que às 7:30 os alunos estão lá, fazendo algareado no
pátio, e se o professor não chegar? Esse é o maior ponto eletrônico. É um
problema para a escola! E estar 7:30 na periferia da Cidade já é superpenalizar
os professores. Vocês imaginem para estar lá no colégio Ildo Meneghetti, onde
dei aula por oito anos, na Zona Norte, quase na Alvorada, era às 7:30 da manhã
o horário das minhas aulas e dos meus alunos. E aí se investe em ponto
eletrônico, se põe dinheiro em ponto eletrônico, se cria conflito com os
professores, empurrando os professores para tirarem biometria, porque não
permite mais a negociação dentro da escola, e, ao mesmo tempo, a sala de
professores, a sala de informática, de 24 computadores, tem seis ou sete
funcionando! Esses são os relatos que eu tenho tido das escolas, da tecnologia
dentro da escola, querem por o ponto, mas não funciona o computador.
Então,
sem cultura, sem tecnologia, mas gastos que são populistas, que são criadores
de fiscalização e não promoção da educação. É lamentável!
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra
para discutir o PLL nº 309/13, com Veto Total.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, o projeto passou por todas as Comissões, foi discutido, debatido e
votado. Eu acho que o erro do Ver. Waldir Cabal - eu procurei aqui o mapa de
votação -, foi não ter pedido votação nominal. Os outros dois vetos, eu
consegui o mapa de votação, foram por votação nominal. Então, nós temos como
saber. Mas o seu projeto, ao contrário, foi votado por maioria desta Casa,
absoluta. E o veto não tem fundamento nenhum. Um veto de uma “pátria educadora”. O
nosso Prefeito apoia a Pátria Educadora, tem trabalhado muito na questão da
educação. O Ver. Alex, que é um professor do nosso Município, a Ver.ª Sofia
também, e todos nós sabemos da importância de ter um professor, não somente na
teoria, na prática dos livros, mas um professor que tenha realmente acesso à
cultura, que tenha realmente o conhecimento do que ocorre na nossa Cidade, no
dia a dia da nossa Cidade, que possa levar para dentro da sala de aula essa
experiência. Alega-se que o professor ganha bons salários, queria estar no
tempo em que o professor ganhava bons salários, queria estar no tempo em que a
minha tia, que é professora, era o orgulho da família, não por ser uma educadora,
mas por ganhar um bom salário, o tempo em que o professor era a pessoa que era
referência na família, não por ser a pessoa mais qualificada na questão de
educação, mas por ser a pessoa mais qualificada na questão financeira. Hoje em
dia não se vê mais isso, já foi o tempo em que o professor era uma referência
de salário dentro de uma família. Não é à toa que no Estado hoje os professores
estão em greve em função da má remuneração; não é à toa que a gente vê cada vez
mais as pessoas se afastando da carreira do magistério, cada vez mais as
pessoas distantes, as universidades tentando atrair as pessoas para essa
carreira tão nobre, tão valorizada no mundo, em alguns países altamente
desenvolvidos, onde as pessoas idolatram, não os ídolos do futebol, os políticos
os atores, mas idolatram os professores. Então, acho que este é um projeto que
deveríamos encaminhar para derrubar o veto, é um projeto que traz a cidadania
para as escolas. Nós, que aprovamos nesta Casa a escola de tempo integral, nós,
que aprovamos levar para a discussão nas grades curriculares o Orçamento
Participativo, nós, que estamos aprovando tantos acréscimos nas grades
curriculares, tanta modernidade na educação da nossa Cidade, não podemos tirar
o direito dos professores de buscar o conhecimento, seja ele através do cinema,
da dança, do teatro, do circo ou de qualquer arte e conhecimento que os
professores levem para os seus alunos dentro da sala de aula.
Eu nunca vou me esquecer do primeiro
livro que li, Ver. Pablo. Hoje dou risada, mas não me sai da cabeça, foi o
livro Meu Pé de laranja Lima. Foi o primeiro livro que li, por orientação de
uma professora que me disse: “Leia esse livro e viaje na história dele”. Até
hoje eu viajo, eu que já li centenas de livros de todos os tipos, mas até hoje
viajo naquele livro que marcou a minha infância. Então, tu imaginas um
professor chegar a uma sala de aula e contar a historia de um filme, de uma
peça, de uma dança para um aluno, porque teve condições que estamos dando a ele
para que consiga ver e contar isso aos seus alunos, bem como orientar os seus
alunos a verem uma peça, um circo, qualquer espetáculo, pois já foi o tempo em
que o professor possuía condições financeiras de suportar tudo isso, senão não
estariam reivindicando que consigamos, nesta Casa, meia passagem de ônibus e
uma serie de outras coisas. Então, eu encaminho, em nome da minha bancada, que
nós sejamos contra o veto. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal o PLL nº 309/13, com Veto
Total. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO
o Projeto por 09 votos SIM, 14 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto Total.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA (Requerimento): Sr. Presidente, faço um pedido em nome do Ver.
João Bosco Vaz. Solicito a alteração da ordem da priorização de votação, para
que possamos, após a apreciação dos vetos, passar à discussão e votação na
seguinte ordem: Requerimento nº 044/16, Requerimento nº 002/16 e Indicação nº
045/14. Após retornaremos à ordem normal.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, depois solicito seja
votado o PLE nº 022/15.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação os Requerimentos do Ver.
Marcelo Sgarbossa e do Ver. João Carlos Nedel. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
os aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADOS.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 3480/13 – VETO PARCIAL ao
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 391/13, de autoria do
Ver. Marcelo Sgarbossa, que estabelece normas para a instalação de
placas indicativas de obras públicas no Município de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela manutenção
do Veto Parcial;
- da CEFOR. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela
rejeição do Veto Parcial (empatado);
- da CEDECONDH. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da COSMAM. Relator Ver. Paulo Brum: pela manutenção
do Veto Parcial.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 17-06-16 (sexta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLL nº 391/13, com Veto
Parcial. (Pausa.) O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para discutir o
PLL nº 391/13, com Veto Parcial.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa tarde, novamente. É uma lástima que
tenhamos, aqui, que enfrentar um veto desta natureza. Nós aprovamos aqui na
Câmara, nada mais, nada menos, do que a questão de que as grandes obras
públicas deveriam ter uma placa constando informações essenciais - já se
encontram em alguns lugares essas placas -, elementos mínimos, podem ter
outros, e o Executivo resolveu vetar. Discutimos com a assessoria do Governo
que um dos itens que sugerimos, e que foi aprovado, é que deveria constar o
custo da obra - isso é lógico -, mas também os valores adicionados no decorrer
da obra e a descrição dos investimentos ou contrapartidas, se houver, por parte
da Administração Pública Municipal ou por parte da iniciativa privada. Sabíamos
que o veto vinha, sabemos que as obras são dinâmicas e que, muitas vezes, o
valor que está ali, depois, com os aditivos, fazendo o valor subir em três,
quatro, cinco vezes. Realmente, precisaria de uma plaquinha dinâmica, com um
espaço ali reservado constando o primeiro aditivo, o quanto custava a obra e
agora custa “x” mais um; o segundo aditivo, já que teve, e a obra passou de “x”
mais dois. E sabemos de obras na Cidade que começaram com um valor “x” e
terminaram com três aditivos, um valor triplicado da própria obra. Agora, acho
curioso, já tivemos em outra ocasião, um projeto aprovado em relação à Guarda
Municipal, que nada mais, nada menos, obrigava – os colegas aqui da guarda que
trabalham no plenário devem lembrar – a Guarda Municipal a ter uma identificação
não removível no seu uniforme. O Executivo vetou, e o veto foi mantido,
infelizmente, por dizer que ali estava gerando um custo para o Executivo, ou
seja, uma tira bordada no uniforme geraria um custo para o Executivo. E aqui,
novamente, o Prefeito assina as razões do veto, dizendo que estamos criando
despesas ao Município. Ter uma placa que diga uma série de informações, prazo
de início e término, implica em custos para o Executivo. Para mim, parece um
argumento muito estranho, para não usar outro adjetivo. Ele disse que ter uma
placa que diga o custo, o tempo de duração, a previsão, se houve aditivo e para
quanto foi, isso geraria um custo. No limite, se poderia colocar no custo da
obra, ou seja, a pessoa participou da licitação, da concorrência pública, vai
ter que arcar com o custo de colocar uma placa. Aliás, já se coloca, em muitas
obras, a placa, que, inclusive, serve como uma propaganda da empresa que está
ali realizando aquela obra. Então, não é nenhuma novidade, já há obras na
Cidade que têm uma placa. Nós estamos aqui querendo colocar outras informações.
Então, eu gostaria de pedir a sensibilidade dos colegas, porque não há problema
algum constar na placa da obra... Para essa placa estabelecemos uma dimensão
mínima, e esse artigo também foi vetado. Para que não fosse uma placa meramente
figurativa, numa obra de milhões, com uma plaquinha formal, só para dizer que
está cumprindo a lei. A placa tem que ter um tamanho mínimo de dois metros de
altura por três metros de largura. Parece-me ser um tamanho mínimo, a
Prefeitura poderia, inclusive, colocar um tamanho diferenciado, mas esse seria
o tamanho mínimo. Então, peço aqui a compreensão de mantermos o projeto na sua
originalidade e derrubarmos o veto. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o PLL nº 391/13, com Veto
Parcial. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a
votação do PLL nº 391/13, com Veto Parcial.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu quero encaminhar, em nome do Partido
dos Trabalhadores – Ver. Adeli, que aqui está, o Ver. Comassetto está em
compromisso externo, tendo justificada sua ausência –, que nós não entendemos
um veto à transparência. Não é possível. O cidadão tem direito de saber que uma
obra começou em tal valor, foi aditada em tal valor, teve alterações de
custo... Por que isso é importante? Se nós não contarmos com a fiscalização do
cidadão, mais ainda escapam das mãos da Prefeitura a fiscalização e o controle
sobre a obra. Mais ainda! Então não há o que temer, Vereadores e Vereadoras. Eu
não consigo compreender a razão do veto do Prefeito da Capital. É a melhoria da
transparência do recurso investido na obra, do tamanho da obra, da descrição da
obra, do responsável técnico, porque o Ver. Marcelo propõe uma placa um pouco
maior – um tamanho mínimo –, que é para visibilidade mesmo. Então o que teme o
Sr. Prefeito ao aumentar a transparência sobre a obra? Muitas vezes a população
fica intrigada, questiona. Aconteceram “n” situações em que as pessoas
interpelam aos Vereadores, porque não estão entendendo uma obra que está
começando ao lado da sua casa, por que tem árvores sendo abatidas, tapumes que
não deixam ver, como nós, que não sabíamos o que estava acontecendo aqui na
orla – “n” situações. Quem é que sabe qual vai ser a estrutura da orla?
Ninguém! Ninguém sabe. Estão construindo lá, colocando pilotis, e a discussão
que nós tivemos nesta Casa foi de absoluto desacordo da população em relação à
obra daquele gênero na orla. Eu me lembro muito bem das exigências dos movimentos
para ser colocada uma maquete de como ficaria a orla, porque o projeto,
apresentado pelo Jaime Lerner, mostravam linhas gerais do projeto de
revitalização da orla. Eu me lembro muito bem da crítica e da exigência da
população, do IAB, de entidades que se envolvem com esses temas para que fosse
colocada uma maquete aqui na Câmara ou lá na Prefeitura, para que as pessoas
pudessem olhar e compreender a intervenção que se faria na orla, que é pública,
que é de todos. Nem sinal disso; pelo contrário, levantaram tapumes, e não se
sabia o que estava acontecendo atrás dos tapumes. Então é inaceitável que a
Prefeitura continue achando que o que é obra pública ou privada que seja, mas
no caso é para obra pública, não pode ser e não deve ser, primeiro, fruto de grande
debate com a população; segundo, com condições de controle e acompanhamento da
população que será atingida por aquela obra. Essa indicação de vetar, de não
querer ampliar transparência é inaceitável, só diz respeito a uma Prefeitura
que quer esconder alguma coisa que não sei o que é! Nós sabemos que tem um
problemão em curso na cidade de Porto Alegre, que a Prefeitura está sendo
instada pelas empresas que estão construindo as obras que estão atravancando o
grande Centro da cidade de Porto Alegre, a pagar mais R$ 48 milhões do quase R$
1 bilhão que elas custarão, mais a contrapartida, financiada pelo Governo
Federal. Ora, se a população acompanha, obra a obra, qual é a polêmica, podemos
ter mais condições de ajudar a própria Prefeitura a questionar essas
implementações, esses incrementos de valores com os quais as empresas
chantageiam o Governo, paralisam obra, atravancam e não continuam, em função de
não receber. Acho que este veto está equivocado, Ver. Marcelo, nós votaremos
com Vossa Excelência para derrubá-lo, pela transparência, pelo direito que
temos ao controle público do que acontece na nossa Cidade. Parabéns.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação
nominal o PLL nº 391/13, com Veto Parcial. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 10 votos SIM
e 16 votos NÃO.
Mantido o Veto Parcial.
(O Ver. Guilherme
Socias Villela assume a presidência dos trabalhos.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0593/14 – VETO PARCIAL ao
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/14, de autoria do
Ver. Márcio Bins Ely, que garante à parturiente o direito à presença de
acompanhante no processo de parto, em hospitais públicos ou conveniados com o
Sistema Único de Saúde (SUS), e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Valter Nagelstein: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CEFOR. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela
rejeição do Veto Parcial (empatado);
- da CUTHAB. Relator Ver. Delegado Cleiton: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CEDECONDH. Relator Ver. José Freitas: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da COSMAM. Relator Ver. Kevin Krieger: pela
manutenção do Veto Parcial.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 17-06-16 (sexta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Em discussão o PLL nº 048/14, com Veto Parcial. (Pausa.) O Ver. Dr.
Thiago está com a palavra para discutir o PLL nº 048/14, com Veto Parcial.
O SR. DR. THIAGO: Vereadores e Vereadoras, eu quero abordar
aqui com vocês a emenda ao projeto do Ver. Márcio Bins Ely que foi vetada, uma
emenda de nossa autoria que restringe a entrada, no centro obstétrico, nas
salas de parto, pré-parto e pós parto, de outras pessoas além da equipe de
saúde e de um familiar. Então não é outra matéria que está se discutindo aqui.
Quem acha que vai trazer para esta tribuna outras matérias, fique sabendo que
não é isso o que está se discutindo aqui. Está se discutindo aqui, num Estado
que está tendo um surto de Gripe A (H1N1), a entrada indiscriminada de pessoas
em centros cirúrgicos. É isso o que está se discutindo aqui. É uma questão de
saúde pública. Então eu acho que é importante frisar isso para os colegas
Vereadores e Vereadoras. Alguns trouxeram a questão das doulas. As doulas então
que integrem a equipe de saúde. Agora, a equipe de saúde e um familiar é algo
possível. Se não, teremos que criar arquibancadas nos centros obstétricos e
faremos uma assembleia enquanto a parturiente está ganhando nenê. É um sagrado
momento, onde tem que ficar a parturiente, o marido ou quem ela escolher para
ficar junto. Se for assim, vai virar uma assembleia lá. Então, em tempo de
Gripe A (H1N1) e epidemias, quando morrem pessoas, o que nós queremos é
restringir a entrada de pessoas em centros obstétricos e blocos cirúrgicos nos
hospitais.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu agradeço pelo aparte e, se V. Exa. precisar, posso ceder o meu
tempo. Eu concordo, inclusive com o termo que V. Exa. usou. Daqui a pouco
poderá acontecer uma assembleia dentro do local onde está acontecendo o parto.
E V. Exa. tem razão, nós precisamos tomar cuidado. Nem lá nem cá, precisamos
encontrar um meio termo. Agora esta ânsia de querer mudar da forma como
pretendem, liberar da forma que estão pretendendo, realmente, eu preciso ficar
atento e ouvir V. Exa., que é médico, mas, como ignorante, sinto perfeitamente
que nós vamos fazer alguma coisa que não será boa.
O SR. DR.
THIAGO:
Obrigado, Ver. Bernardino. O que se quer é restringir. Estamos numa época de
uma epidemia de Gripe A (H1N1). Nós passamos por diversas transições na saúde.
A saúde passa por muita dificuldade. Eu tenho certeza de que os Vereadores
todos têm conhecimento disso. Então, eu não tenho como não entender este veto,
Ver. Kevin, como um veto político. Eu não tenho como não entender. As
justificativas, Ver. Márcio Bins Ely, que são colocadas no processo não são
justificativas razoáveis. Eu só posso entender como um veto político a este
Vereador. Eu não tenho como entender diferente, Ver. Dr. Goulart. Não é
possível isso. Então, eu peço encarecidamente aos Vereadores que mantenham o
seu posicionamento anterior, amplamente favorável ao projeto, que foi votado
com a emenda por unanimidade da Casa. Peço que mantenham o posicionamento
favorável, para que nós possamos, sem dúvida nenhuma, legislar em favor da
saúde pública e não em benefício de outros interesses que não sejam os da saúde
pública. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra
para discutir o PLL nº 048/14, com Veto Parcial.
O SR. DR.
GOULART:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, pois é, cada vez mais a
saúde está-se transformando num lócus de judicialização. Vai acabar sendo judicializada a saúde.
Em várias coisas já está acontecendo isso; e em muitas é necessária.
Sabem
todos que eu exerci a obstetrícia por mais de 35 anos, e, na verdade, eu
entendia que a ação de parto, de trabalho de parto, e mais ainda de parto em si
é uma situação pudenda, é uma situação especial, é um momento muito discreto na
relação entre um homem ou uma mulher que sabem fazer parto e a pessoa que está
recebendo o seu atendimento. Houve uma época em que nós fazíamos partos e não
era permitida a entrada do marido. Depois se judicializou isso muitas vezes e
se entendeu que a presença do marido ou de alguma pessoa indicada pela paciente
poderia ajudar. Isso foi na época em que eu comecei a deixar de atender partos.
Estive,
outro dia, no Hospital Fêmina, no 7º andar, que não é mais o andar onde eu
trabalho, na obstetrícia, e havia no corredor, seguramente, umas oito pessoas
diferentes. Oito pessoas que não costumavam trabalhar dentro do hospital, oito
pessoas que não entendiam a lide contra infecção hospitalar, contra infecção
por anoxias - que estão acontecendo nos aglomerados humanos. E havia oito
pessoas porque havia oito parturientes do SUS, que, além dos enfermeiros,
enfermeiras, técnicos em enfermagem, anestesista, médicos, auxiliares e outros
plantonistas, reforçavam um staff
desnecessariamente reforçado. Nunca senti a necessidade de ter, junto comigo,
para atender um parto, mais do que um auxiliar, uma enfermeira e um
anestesista. Nunca!
A Sra. Fernanda Melchionna: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) É bem rápido, Ver. Dr. Goulart. Ouvindo a sua experiência
profissional, eu também queria trazer uma contribuição, como mulher. Hoje em
dia, felizmente, tem-se fortalecido a luta das mulheres e, ao mesmo tempo que a
emenda que foi aprovada restringe o direito da mulher de escolher ter, além do
companheiro, algum outro profissional, como uma doula, que possa ajudar nesse
momento, que ajuda o parto, ajuda toda a equipe, mas, sobretudo, ajuda a
mulher. Então, eu também gostaria de ouvir a sua opinião sobre o direito de
escolha da mãe com relação a contar com essa profissional no momento - talvez -
mais importante que ela aguardou, no qual ela gostaria de ter esse conforto.
O SR. DR. GOULART: Obrigado. Eu não tinha pensado nas
doulas agora, quando estava falando. Eu estava me lembrando dos pais, e
naturalmente poderão estar lá. A dificuldade que é se manter o atendimento, que
é um atendimento tenso. O parto é uma situação tensa. A gente tem que decidir
nos últimos momentos se mantém o parto ou se vai fazer uma cesariana, se vai
passar um fórceps! É muito tenso, é muito técnico. E eu fiquei abismado de ver
aquela montoeira de senhores ali. Tem mais uma coisa, temos que defender a
situação pudenda da própria mulher! Porque, no âmbito do SUS, que é o que o
pessoal pretende muito, acontece de vários homens verem outras mulheres
desnudas, tendo nenê, sendo examinadas, porque não vão retirar os maridos das outras
na hora que vão fazer, de urgência, um exame ginecológico em uma paciente, Ver.
Dr. Thiago! Então eu acho absurda a presença de muita gente no parto! É
absurda! E as mulheres que ganhavam nenê comigo não tinham vontade nenhuma de
ter outra pessoa junto com elas – não tinham vontade. Por quê? Porque eu lhes
inspirava confiança, carinho, cuidado, e elas jamais diziam que queriam ter o
marido, que queriam ter outra pessoa. Uma que outra pedia para ter o marido. De
maneira que eu tenho que votar de acordo com as minhas convicções, tenho que
votar com as minhas certezas e certamente o acompanhamento maior do que a
equipe técnica, dentro de uma sala de parto, é desnecessário, porque o parto é
uma intervenção cirúrgica.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Ver. Dr.
Thiago está com a palavra para discutir o PLL nº 048/14, com Veto Parcial, por
cedência de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.
O SR. DR. THIAGO: Ver. Bernardino Vendruscolo, eu quero
iniciar pela fala final do Ver. Dr. Goulart: o parto é uma intervenção
cirúrgica. E quero responder, Ver.ª Fernanda, que isso, de forma nenhuma, fere
o direito da gestante. A Emenda diz o seguinte: Além do acompanhante, ou seja,
quer dizer que fica resguardada a presença do acompanhante, fica vedada a
presença de qualquer outro profissional estranho à equipe de saúde no
pré-parto, parto e puerpério, ou seja, estranho à equipe de saúde! Ou seja, os
membros da equipe de saúde estão incluídos das parturientes em hospitais
públicos, filantrópicos e privados de Porto Alegre. Portanto não restringe em
nenhum momento a presença de quem a paciente entender - e o seu direito
acompanhar -, mas ele limita isso.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: (V. Exa. permite um aparte? Assentimento do
orador.) Ver. Doutor Thiago, vou, de novo, tentar colaborar naquilo que posso.
Sou pai de três filhas, eu assisti, acompanhei os três partos. E sei, por
experiência de vida, que não são todas as pessoas que conseguem conviver vendo
sangue, inclusive, então, imagine, V. Exa. um grupo de pessoas ali, de repente
começa a desmaiar uma e outra, a equipe médica não sabe quem vai atender. Essa
é a verdade; V. Exa. conhece, o Ver. Dr. Goulart muito bem explicou, é um
momento muito tenso, de tomar decisões de vida ou morte, essa é a verdade.
O SR. DR.
THIAGO:
As decisões, Ver. Bernardino, são rápidas, e tem que serem tomadas muito
rápido. O parto não é uma situação isenta de risco; o parto, a mulher que está
em pré-natal, que está gestante, ela tem o risco duas vezes maior de morrer, do
que se não estiver gestante. Por que se faz o índice de mortalidade infantil?
Porque no primeiro ano de vida, da gestação ao final do primeiro ano, o risco
de morrer é muito grande. Então, o feto tem um risco grande de morrer. E quanto
mais tenra é a sua idade, até antes do parto, mais, infelizmente, frequente é o
isco de acontecer. Então, nós não podemos ir para os dois extremos, nós temos,
sim, que ter o familiar, que é importante no acompanhamento da gestante; é
importante ela optar por qual familiar. Mas nós temos que resguardar a saúde
pública. Isso é saúde pública. Em tempos de gripe A, não se limitar a entrada
nos centros obstétricos, é um absurdo. Nós não temos estrutura, por exemplo,
nos nossos centros obstétricos públicos. As pacientes, Ver. Dr.
Goulart, são separadas por uma cortina. E aí ficam nos dizendo que o dinheiro
vai vir de Brasília para reformar os nossos centros obstétricos, como por exemplo, do
HPV, e nunca vem, nunca vem! Há dez anos se espera o recurso para a reforma do
centro obstétrico para dar um pouco de privacidade e humanidade no atendimento
dessas gestantes. Então, é a isso que nós temos que nos referir, quanto mais
pessoas estiverem acompanhando uma determinada gestante sem necessidade, há
mais invasão da privacidade de outras nós vamos ter, principalmente, nos
hospitais públicos. Elas são
separadas por uma cortina, essa é a verdade. Então, eu peço que os Vereadores
mantenham o seu posicionamento de dois meses atrás.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Cassio Trogildo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo): Em votação o
PLL nº 048/14, com Veto Parcial. (Pausa.) O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 048/14, com Veto Parcial.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ouvi aqui os dois médicos da Casa e,
pelo que os dois falam, o que foi votado aqui foi votado correto. Foi votado
pelos Vereadores, no dia 30 de março. Eu não votei neste projeto, mas a maioria
dos Vereadores votou a favor. Os únicos Vereadores que votaram contra, no dia,
foram o Ver. João Bosco Vaz
e o Ver. Marcelo Sgarbossa. O restante dos Vereadores votou a favor do projeto.
Está aqui o mapa, Ver.ª Fernanda, está aqui o mapa, quem não votou não estava
presente. Só quem votou contra o projeto foram o Ver. João Bosco Vaz e o Ver. Marcelo Sgarbossa. Está aqui o mapa
de votação do projeto. E o projeto, pelo que os dois médicos falaram - eu posso
dar a minha opinião na área em que eu atuo -, os hospitais não comportam o que
querem fazer nos hospitais. E o projeto fala nisso, o projeto do Ver. Márcio
Bins Ely ele fala nisso. Este veto passou pela Comissão de Constituição e
Justiça; dei o parecer contrário a este veto, porque o veto não diz nada com nada.
O veto do Executivo não diz nada com nada. O Ver. Dr. Thiago falou aqui, ele é
límpido e transparente, o veto é político. O veto não diz nada com nada. O veto
não é um veto fundamentado, porque os dois técnicos daqui, os dois médicos
daqui fundamentaram o veto, fundamentaram o projeto. Sobre a dúvida que eu
tinha, os dois disseram que isso não é uma discriminação em relação a hospital
público, foram bem claros aqui, é um encaminhamento para a rede hospitalar do
Município de Porto Alegre. A gente vê, diariamente, o risco de infecções
hospitalares, as pessoas hoje em dia são atendidas no hospital e encaminhadas
para casa. Eu, os colegas devem estar lembrados, há um ano e meio, estive
afastado aqui da Casa por um problema na perna, eu fiz uma raspagem na minha
perna; fiz a raspagem e fui para casa por causa do risco de infecção
hospitalar. Hoje as pessoas são operadas e são mandadas para casa por causa do
risco de infecção hospitalar. Então, acho que quanto menos gente colocarmos
dentro dos hospitais, nos blocos cirúrgicos – e um parto é feito num bloco
cirúrgico, não acredito que um parto seja feito fora do ambiente de um bloco
cirúrgico –, acho que é melhor para a vida da paciente, para a vida do nenê.
Estou falando como um leigo, mas a coisa mais linda que eu vi na minha vida foi
o nascimento do meu filho; foi a coisa mais linda que eu vi na minha vida, não
vi coisa mais linda na minha vida do que o nascimento do meu filho – não vi! –,
e meu filho nasceu num hospital público, nasceu na PUC, pelo SUS, e foi a coisa
mais linda que eu vi na minha vida, mas se o médico dissesse que o meu filho
tinha 10% de risco de vida, eu ia abrir mão de ver a coisa mais linda que eu vi
na minha vida para preservar a vida do meu filho. Então, acho que aqui nós
estamos falando em vida, estamos falando em preservação de vida, nós estamos
falando em condições de vida, nós estamos falando em coisas que vêm assustando
todas as pessoas. Hoje as pessoas evitam ficar dentro dos hospitais: a infecção
hospitalar, os vírus, as superbactérias que existem dentro dos hospitais. O
projeto é bem claro: ele fala disso, ele fala exclusivamente disso, não fala em
profissões, em tipo de profissões, ele diz que poderá estar presente, no
momento do parto, tal pessoa. Nós temos outro projeto tramitando nesta Casa que
poderá contrapor isso, que é sobre a questão das doulas, que aí terão o seu, a
forma como atuarão no parto, que será outro projeto. Mas este projeto
regulamenta a questão do parto, regulamenta a questão de quem pode e de quem
não pode estar no momento do parto. E o mapa de votação está aqui, volto a
afirmar que votaram contra o Ver. João Bosco Vaz e o Ver. Marcelo. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo): Em
votação nominal o PLL nº 048/14, com Veto Parcial. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADO o Projeto por 07 votos SIM e 19 votos NÃO. Mantido o Veto Parcial.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0994/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 014/16, de autoria do
Ver. João
Bosco Vaz, que concede a
Comenda Porto do Sol à Fundação Thiago de Moraes Gonzaga.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 20-06-16 por força do
art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PR nº 014/16. (Pausa.) Não
há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 044/16 – (Proc. nº 1018/16 – Ver. João
Bosco Vaz) – requer a realização de Sessão
Solene no dia 12 de julho, às 17h, destinada a assinalar o transcurso dos 20
anos da Fundação Thiago Gonzaga.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento nº 044/16.
(Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação a solicitação desta Presidência que requer que votemos imediatamente o
Requerimento nº 036/16 e o Requerimento nº 002/16. Após retornaremos à ordem
normal. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADA.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 036/16 – (Proc. nº 0946/16 – Mesa Diretora) – requer a
realização de Sessão Solene no dia 1º de julho, às 15h, destinada a assinalar o
transcurso dos 110 anos da Escola Técnica Parobé.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento nº 036/16. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 002/16 – (Proc. nº 0084/16 – Ver. João Carlos Nedel) – requer a
realização de Sessão Solene no dia 04 de outubro, às 19h, destinada a assinalar
o transcurso dos 100 anos da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o
Requerimento nº 002/16. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, acabo de votar a favor dessa proposta, só tenho uma dúvida: o dia 4
de outubro é terça-feira e pode ter sessão solene?
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): As nossas sessões solenes acontecem as terças e
sextas-feiras.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Mas
é terça-feira, às 17h, não é o horário das comissões permanentes?
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): As sessões solenes acontecem nas terças às 15,
17 e 19h, e nas sextas, às 15, 17 e 19h. Esses são os horários regimentais das
sessões solenes.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, está conflitando com o Regimento. Nos horários das comissões
permanentes não pode haver outra atividade oficial na Casa. Se é às 19 horas,
tudo bem. Mas às 17 horas...
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Ver. Reginaldo, as sessões às 17 horas são
facultativas, não são obrigatórias. São de organização do proponente. Assim
acontece na Casa há vários anos. Podemos até estudar a mudança do Regimento,
mas é assim que acontece.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Desculpe
a insistência, mas o problema de não ser obrigatório não quer dizer que a gente
não tenha que prestigiar uma sessão como essa. Só que eu entendo que realizada
concomitantemente com a comissão que eu integro, eu vou ficar na comissão e não
vou poder prestigiar a sessão!
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Perfeitamente, Vereador. A comissão é
obrigatória e a sessão é opcional. O senhor tem razão.
O SR. REGINALDO
PUJOL: O
Regimento, inclusive, não permite que concomitantemente tenha...
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Regimento não permite que haja duas atividades
obrigatórias, Ver. Reginaldo.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu não vou insistir. Mas
peço que V. Exa., democraticamente, reexamine essa condição para o futuro.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Com certeza, nós estamos, inclusive,
tratando nas reuniões de Líderes várias mudanças no Regimento.
INDICAÇÃO - VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
IND. Nº 045/14
– (Proc. nº 2164/14 – Ver. Marcelo Sgarbossa) – ao Executivo Municipal,
que sugere a implantação de faixa exclusiva para o transporte coletivo (ônibus
e lotações) na Avenida Ipiranga, desde a Avenida Borges de Medeiros até a
Avenida Antônio de Carvalho, em ambos os sentidos.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação a Indicação nº 045/14.
(Pausa.) O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a votação
da Indicação nº 045/14, como autor.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa tarde a todos, em nome do Partido dos
Trabalhadores, a nossa Indicação, na verdade, trata-se de uma política já
demonstrada acertada nas cidades que a fizeram. Cito São Paulo, aqui, porque é
uma grande metrópole do nosso País que consegue, inclusive, dimensionar o
quanto o trabalhador e a trabalhadora, as pessoas que se locomovem no
transporte coletivo, conseguem ficar mais em casa devido à faixa exclusiva para
o transporte coletivo.
Porto
Alegre também ousou e, nos últimos anos, implantou na Av. Cavalhada, na Av.
Nonoai e na Av. Brasil, faixas exclusivas, que já se mostraram acertadas. Nosso
mandato, há três anos, já fez esse Pedido de Providências para que o Município
implementasse na Av. Ipiranga uma faixa exclusiva para os ônibus e transporte
coletivo, seja lotação, ou sejam os ônibus, pudessem ter um lugar específico e
não ficar no mesmo congestionamento. Esse é o maior símbolo; no final da tarde,
a partir das 17h, 17:30min, da tarde em adiante, nós temos pessoas dentro dos
ônibus, de pé
muitas vezes, ônibus lotado, no mesmo congestionamento - falo aqui da Av.
Ipiranga, e outras também não são diferentes -, que o sujeito que está de
automóvel, sentado sozinho. Essa é a regra na nossa Cidade, uma pessoa sozinha
dentro do seu automóvel, com todo o conforto, ar-condicionado, som ligado, e os
dois estão parados no mesmo congestionamento. Então isso é uma inversão total
da Lei Nacional de Mobilidade e de tudo aquilo que se diz em mobilidade urbana,
o transporte coletivo deve ter preferência, em seguida, o não motorizado,
depois, o transporte individual motorizado. Estamos apresentando essa Indicação
para que a Prefeitura implante na Av. Ipiranga uma faixa exclusiva para ônibus
e lotações. Nós temos uma notícia, como o Secretário dos Transportes,
Cappellari, foi entrevistado, pelo menos a imprensa que entrou em contato
conosco também entrou em contato com o diretor-presidente da EPTC, que faz uma
alegação - não sei se aqui algum Vereador tem essa informação mais afinada -,
de que teriam árvores para serem cortadas, se for implementar o corredor,
teríamos que derrubar árvores. Primeiro, já faço aqui uma ressalva importante:
quando é para cortar árvores para alargamento de ruas e benefício do transporte
individual motorizado, o automóvel, não tem problema nenhum. E aqui nós estamos
do lado do Gasômetro, onde teve toda aquela movimentação, e as árvores
cortadas, em pleno fevereiro de 2013, as pessoas subiram nas árvores e toda
aquela polêmica que nós bem conhecemos. Agora, para implementar uma ação de
transporte coletivo que beneficia a massa das pessoas que se locomovem na
Cidade, aí surge da manga o problema das árvores. Nós queremos então conhecer o
projeto, quantas árvores teriam, no limite caberia a transposição das árvores,
no limite se poderia fazer uma faixa mais alargada, estou aqui tomando como
verdade essa afirmação, essa informação de que o problema seriam as árvores.
Então, a faixa essa, como ela fica junto ao lado direito da pista, pode ser uma
faixa mais larga, que os motoristas do ônibus e lotação consigam se afastar
daquela árvore que está invadindo a pista. Aqui tenho que fazer essa ressalva,
temos na frente da nossa Câmara Municipal uma ciclovia do lado de lá, no outro lado
da pista, algumas árvores que também invadiram a pista, e a solução técnica da
EPTC - coloco esse técnica entre aspas - foi fazer uma espécie de curvinha para
desviar dessas árvores que estavam invadindo a pista. Então, vejam, no mínimo,
tragam o projeto, se há algum estudo em andamento em relação a isso, que se
traga, e, se o que está impedindo a decisão são as árvores, efetivamente, vamos
– como eu digo, tomar como verdade essa informação – pensar juntos na solução.
Se for o caso, inclusive, cortem algumas árvores, desde que haja uma
compensação efetiva em replantio, e não compensação em dinheiro. Como a SMAM
advoga, muitas vezes, que não há mais lugares, já escutei isso de técnicos da
SMAM, que infelizmente não há mais lugares na Cidade para plantar árvores.
Então, fica aqui o convite para a Câmara
sinalizar positivamente em favor da grande massa que transporta...
(Som cortado automaticamente por
limitação de tempo.)
(Presidente concede tempo para o término
do pronunciamento.)
O SR. MARCELO SGARBOSSA: ...não uso nem
um minuto para dizer que a Câmara está aqui, em jogo, para sinalizar à
sociedade que o transporte coletivo é, sim, prioridade e deve ter um espaço
reservado na pista, pelo menos nos horários de maior fluxo. A exemplo de que a
Prefeitura, tem-se que conhecer, já o fez em alguns pontos da Cidade, deveria
ampliar essa política para favorecer mais pessoas que se deslocam de transporte
coletivo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação da Indicação nº 045/14.
O
SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, não cabe a mim, mas eu queria dar uma sugestão ao PT: eu acho que o
Ver. Marcelo está querendo disputar a Prefeitura. Porque todos os assuntos que
dizem respeito ao Prefeito decidir, o Marcelo chega e faz um projeto. Todos os
assuntos que o Cappellari ou qualquer outro Secretário esteja encaminhando... É
o que eu já disse, o Marcelo tem um espião lá dentro da Prefeitura que conta
para ele: “Olha, estão pensando em fazer isso. Apresente logo o projeto antes
que o Prefeito o faça”. E ao vem o nosso colega Vereador, que é inteligente, é
da vizinhança de Ibiraiaras. E vocês sabem que Ibiraiaras, em tupi-guarani, quer dizer rainha das matas.
Esse negócio de fazer um corredor na Ipiranga, de dar sugestão ao Prefeito... O
Prefeito e a EPTC já estão fazendo, junto com a ciclovia da Ipiranga. Na
época em que se falou em fazer essa ciclovia – eu ainda estou esperando os
ciclistas passarem lá, Ver. Valter, eu acho que vão aparecer! –, já se pensou
no corredor, já se pensou em fazer... Olha que coisa boa, tem gente com muitas
ideias para o arroio Ipiranga, o Dilúvio: gente querendo fazer um trenzinho em
cima, o aeromóvel passando por cima. O Ver. João Bosco já queria fazer quadras
de esporte em cima da Ipiranga, aí não precisaria muito peso... Existem muitas
ideias para a Av. Ipiranga, mas fazer corredor de ônibus lá antes de se ter um
estudo sobre quantos ônibus vão passar, quanto tempo demora um ônibus para
atravessar a Ipiranga, isso vai ficar igual ao corredor da Sertório, que
fizeram em cima da perna, na corrida. Todos os dias, tem um engarrafamento
enorme na Av. Sertório, que sai lá da R. Ceará e vai até a Av. Panamericana, lá
no Lindoia, porque tem um corredor vazio, onde não passa ônibus. O PT fez um
corredor de ônibus com as plataformas altas, mas os ônibus não têm a plataforma
alta, é baixinha. O senhor acredita nisso, Ver. Pujol? É só ir lá. Eu vou lhe
pagar um café lá na Zona Norte, o senhor vai comigo pela Sertório: o senhor vai
ver um corredor de ônibus onde não passa ônibus e, ao lado, tudo entupido. As
pessoas demoram para vir de lá, Ver. João Bosco, o senhor conhece bem lá...
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. IDENIR
CECCHIM:
Demoram um monte para vir lá do Sarandi até aqui e, daqui até lá, mais outro
monte. E tem um corredor sem um ônibus passando por lá. Então, tem que fazer
muito bem esse estudo. Não é só privilegiar o transporte coletivo. Todos nós
queremos privilegiar, mas quem é que quer caminhar 2 quilômetros para chegar no
transporte coletivo? Adianta ter um corredor na Ipiranga se não tiverem outros
que alimentem da Av. Bento até a Av. Ipiranga, Ver. Janta? Não adianta! Adianta
ter na Av. Ipiranga, se não tem um alimentador da Protásio até a Ipiranga? Não
é assim, não adianta fazer essas coisas em cima da perna. Nós temos que estudar
mais, com calma.
Eu acho que está bem a Prefeitura, que ainda não
apresentou um projeto. Mas a Indicação do Ver. Sgarbossa já é uma boa ideia. O
Líder do Governo se encarrega e passa por telefone ao Cappellari e diga: “Tenho uma sugestão do Ver.
Sgarbossa”. Mas eu não posso votar essa Indicação; por votação, não vou votar.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para encaminhar a votação da Indicação nº 045/14.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente Cassio; Vereadoras e
Vereadores, o Vereador Sgarbossa está encaminhando corretamente, porque ele
sabe que não pode legislar sobre o trânsito. Está encaminhando uma Indicação, o
que é correto. Agora, o seu conteúdo: ele quer um corredor exclusivo para
ônibus na Av. Ipiranga, do lado direito. Esse assunto, há uns três anos, está
sendo tratado pela Companhia Carris, para colocar um corredor na Av. Ipiranga,
no entanto, eles fizeram uma verificação nas árvores que batem em cima do
ônibus. Aproximadamente 25 árvores precisam ser retiradas, simplesmente, e
algumas precisam de poda radical, porque estão inclinadas ou têm a sua copa
baixa que bate nos ônibus. Hoje, os ônibus precisam andar numa distância de
aproximadamente dois metros do meio-fio, e ingressam com uma parte na segunda
pista. Então, reduzem a pista em que estão, entrando na outra pista, reduzindo
praticamente duas pistas, atrasando a circulação dos veículos na pista. Já
temos uma experiência lá na Av. Nonoai, onde essa faixa exclusiva funciona
muito bem para os ônibus, sem dúvida, só que para o restante dos veículos, caminhões
e carros, atrapalha muito o trânsito. Há uma queixa generalizada dos veículos
que não são coletivos quanto a essa faixa. Então, é uma experiência que nesse
período atrapalha o trânsito, mas melhora para os ônibus. Sem dúvida, Ver.
Paulinho, é importante para os ônibus. A Av. Ipiranga é uma via especial, que
tem muito transporte transversal, que será prejudicado por essa via. O Ver.
Cecchim falou aqui que tem um espião lá na EPTC. Eu já digo que é muita
coincidência. Em 2013, Ver. Valter Nagelstein, eu encaminhei para a EPTC, que
mandou para a SMURB, o assunto dos parklets,
que nós vimos lá em Palo Alto. Nós estivemos juntos lá, e eu tirei fotografia
porque achei interessantes os parklets
fixos em Palo Alto. Então, encaminhei para a EPTC, que encaminhou para a SMURB,
e eu sei que a SMURB está estudando o assunto. E o Ver. Sgarbossa encaminhou o
projeto a esta Casa, no mesmo sentido. Agora, a EPTC está estudando o assunto
e, casualmente, o Vereador entrou no assunto que a EPTC está estudando há um
bom tempo, mas está com essa dificuldade de retirada de 25 árvores. Já que o
Vereador é a favor da retirada dessas 25 árvores, claro que com a devida
compensação, eu quero deixar a pergunta se ele é favorável à retirada de mais
ou menos 20 árvores da Av. Goethe, que estão, também, trancando o trânsito há
muitos anos. E a expansão da Av. Goethe é uma contrapartida do Moinhos
Shopping, que há muito tempo está paralisada. O Moinhos Shopping já trocou de
dono, e eu não sei como é que está essa contrapartida. Então, nos interessa
muito que a Av. Goethe seja alargada nessa uma quadra apenas para melhorar o
trânsito na Cidade. Então, como a EPTC está estudando o assunto e é um assunto
extremamente técnico, eu encaminho pela votação contrária à presente indicação.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra
para encaminhar a votação da Indicação nº 045/14.
O SR. KEVIN KRIEGER: Boa tarde, Presidente Cassio Trogildo,
Vereadoras e Vereadores. Rapidamente, só vou fazer uma manifestação em relação
a essa indicação do Ver. Marcelo. Acabei de falar com nosso Secretário
Vanderlei Cappellari e ele me coloca que a EPTC já fez todo esse estudo em
relação à Av. Ipiranga e chegaram a algumas conclusões: nas transversais terão
diversos problemas em relação ao aumento dessas transversais e também sobre a
dificuldade das linhas Ts, principalmente, que poderão atrasar - e muito - em
relação a essa situação, a um corredor de ônibus na Av. Ipiranga, e também a
dificuldade que teríamos de remoção de duas dezenas de árvores que estão nesse
local. Isso não quer dizer que esse estudo não possa avançar, mas essas são
algumas questões que serão colocadas, que não são novidade no Município de
Porto Alegre. Esse estudo já foi feito pela EPTC, e talvez fosse interessante
que nós recebêssemos a EPTC aqui, inclusive, para fazer essa manifestação e
mostrar esse estudo que foi feito. Neste momento, a Prefeitura de Porto Alegre
entende que não é o momento de fazer a implementação desse corredor, por vários
aspectos que prejudicariam e não beneficiariam a cidade de Porto Alegre em
relação a essa Indicação e a esse projeto. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para encaminhar a votação da Indicação nº 045/14.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Cassio Trogildo, Srs. Vereadores e
Sras. Vereadoras, em nome da minha Bancada, quero dizer que a Indicação tem uma
força importante que é de uma opinião da Câmara para a Prefeitura de Porto
Alegre, acumulada aqui. Eu não tenho obviamente condições de opinar sobre o
estudo técnico que a EPTC está fazendo, mas acho que estabelecer área
prioritária em horário de pique para os ônibus é fundamental em toda a Cidade,
onde for possível, porque a nossa Bancada está fazendo uma pesquisa, está indo
até as paradas, andando de ônibus. Na semana passada, pegamos o T1, fomos até a
estação Triângulo da Av. Assis Brasil, e os problemas que persistem por hora,
pelas pesquisas que registrei, são a superlotação e o não cumprimento de
horários. Nós sabemos que isso está combinado, um com o outro, por quê? Porque
o trânsito trancado não permite o cumprimento do horário, quando não é por má
vontade ou falcatrua das empresas, que acumulam, mas sabemos que elas
argumentam com o trânsito, argumentam com o problema de desenvoltura nas ruas
da Cidade – esse é o argumento das empresas; portanto, com esse argumento fica
impossível a EPTC cobrar cumprimento de horário e não superlotar, porque se o
horário é certinho, certinho, eu penso que é planejado pela EPTC para não ter overbooking. E não é a isso que estamos
assistindo.
(Aparte
antirregimental.)
A SRA.
SOFIA CAVEDON: Sim, em prejuízo do automóvel particular, sim; em prejuízo de
quem opta pelo seu carro, optar por aquele espaço nos horário de pique só para
os ônibus. Eu acho que é uma grande sacada: quando dá para ser corredor,
beleza; quando não dá para ser corredor, marca no chão, faz a faixa e toca para
frente. Nós temos um entendimento – quero aproveitar, Ver. Marcelo, para dizer
que a licitação que a Prefeitura fez está muito longe de mostrar alteração no
sistema de ônibus na cidade de Porto Alegre, essa é a minha avaliação,
inclusive na limpeza, na conservação dos ônibus, inclusive no problema de
cumprimento de horário, no problema de cobertura de linhas. Então, estamos
pagando mais caro – bem mais caro –, houve um processo que regularizou as
concessões que vinham se prorrogando, que não tinham contrato, não tinham
licitação, e nós continuamos com o mesmo problema. Portanto se, de um lado, a
Prefeitura errou redondamente... Esta Câmara errou o ano retrasado, porque
votou “não” ao projeto de lei em que a Prefeitura assumia a bilhetagem e o
Fundo. Este Legislativo errou, a Prefeitura, depois, na licitação, também
errou, porque não colocou que ela iria controlar bilhetagem e Fundo. Resultado:
o sistema continua com a autonomia que tem, com os problemas que tem, e muito
mais caro. As pessoas estão dizendo para nós: “Continua a superlotação,
continua o não cumprimento de horário, e a passagem é muito cara”. Então,
senhores, tomar atitudes como essa de reservar espaço para o ônibus é
viabilizar um transporte coletivo de fluxo bom, livre e que possa atender bem o
trabalhador, a trabalhadora que usa o transporte coletivo, que fica horas de pé
naqueles ônibus lotados, sofrendo bullying,
sendo empurrado por horas. Quem vem da periferia, quem vem da Lomba, quem vem
da Restinga, quem vem do Rubem Berta, da Timbaúva, é pesadíssimo o que passam
dentro dos ônibus. Então nós temos que favorecer, abrir caminho, abrir linha
para que andem com prioridade absoluta. Porque, afinal, um ônibus que leva de
40 a 50 pessoas é óbvio que tem que ter prioridade em relação a um automóvel
com uma pessoa. E é esse o indicativo...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra
para encaminhar a votação da Indicação nº 045/14.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores; Ver. Marcelo, já apoiei vários projetos seus aqui na Casa, mas
neste, Vereador, o senhor está solito,
como diz um amigo meu. Porque, na Av. Ipiranga, passam umas três linhas de
ônibus, no máximo, e mais um lotação. Sou frequentador da Av. Ipiranga, porque
é um dos atalhos que pego para ir para casa. E a Av. Ipiranga, além das
questões das árvores, aqui já ditas, tem a questão das vias alimentadoras. Nós
temos ali uma quantidade enorme de ruas que alimentam a Av. Ipiranga, como a
Av. Bento Gonçalves, a Av. Protásio Alves, a 3ª Perimetral e uma série de
bairros de Porto Alegre que são alimentados pela Av. Ipiranga. Além da
dificuldade que já existe hoje em dia - neste horário, agora, a Av. Ipiranga
deve estar em pleno congestionamento -, se nós tivermos essa faixa exclusiva
para ônibus, será, com certeza, como o Ver. Cecchim disse aqui, igual à Av.
Sertório. A Sertório é uma avenida com um corredor de ônibus fantasma, isso que
era para desviar uma boa parte dos ônibus diretos que alimentam a Região
Metropolitana, como Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí e linhas diretas que
deveriam ter para o Parque dos Maias, Nova Gleba, Santa Rosa, toda região
Norte, Leopoldina, Rubem Berta, Costa e Silva, Passo das Pedras. Por isso foi
criado o corredor de ônibus da Av. Sertório que tirou uma grande parte de
mobilidade. Eu acho que nós temos que incentivar o transporte coletivo em Porto
Alegre, mas a política e a nossa prática é ao contrário; nós incentivamos a
compra de carros. E agora mesmo nós estamos discutindo aqui a plataforma de
aplicativos para incentivar o transporte individual. E mais, além de ter os
lotações e os transportes escolares, nós estamos incentivando mais aplicativos
de transporte coletivo de passageiros. Além dos lotações, nós vamos ter mais
lotações por aplicativos, nós vamos ter mais transportes escolares, através de
aplicativos, e mais transporte individual de passageiros, através de
aplicativos! Então, não são projetos para incentivar o transporte coletivo. A
gente vê as propagandas na televisão e quem mais faz propaganda, além da
indústria de bebida alcoólica, é a indústria automobilística. Não existe um
projeto, a gente não vê propaganda na tevê, por exemplo, de transporte
coletivo; a gente não vê propaganda dizendo que é legal andar de ônibus; a
gente não vê a comodidade de andar de ônibus na cidade de Porto Alegre, porque
não existe alimentação desse transporte coletivo, não existe uma facilidade.
Por isso é que eu volto afirmar que o maior projeto de transporte coletivo que
os nossos pré-candidatos a Prefeito poderiam apresentar em Porto Alegre já foi
apresentado na eleição retrasada, que são os Portais, que terão as
alimentadoras, e aí nós teremos o transporte coletivo de fato para a Cidade, o
que já existe em Bogotá, em Florianópolis e em outras cidades. Agora, criarmos
esses corredores, que nem o Ver. Nedel disse que existe na Cavalhada... Mas
olhem o que passa de ônibus na Cavalhada e olhem o que é aquilo lá. Isso é
tirar o sofá da sala, como diz a piada. Eu acho que não vai resolver o nosso
problema. E, na Av. Ipiranga, temos três, quatro linhas de ônibus de Porto
Alegre; o restante é de Viamão; há uma partezinha muito curta de ônibus, muito
pequena nesse horário do pico, que alimenta alguma coisa muito pequena de
Alvorada, mas a grande parte é de Viamão. Então, nós vamos estar tirando o sofá
da sala. Temos que nos preparar para a Cidade que realmente queremos no futuro.
Volto a afirmar: a gente fala coisas, prega
coisas, mas, na verdade, a gente vê outros movimentos acontecendo na Cidade,
que influenciam e incentivam o transporte individual de passageiros. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra
para encaminhar a votação da Indicação nº 045/14.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, primeiro, eu quero deixar
claro aqui a quem nos acompanha pela TVCâmara que, se dependesse de mim, eu
liberava o trânsito, inclusive nos corredores de ônibus, para táxis, lotações e
outros transportes, em determinados horários. É óbvio que eu sei também que é
preciso que a Cidade desenvolva políticas de priorizar o transporte coletivo,
mas a Cidade foi constituída – e a Cidade é um tecido vivo – e veio crescendo
dessa forma, muitas vezes sem planejamento algum, de modo que ocorre isso que o
Ver. Cecchim está dizendo: há lugares onde há corredor de ônibus, como na 3ª Perimetral, que são
absolutamente subutilizados. Então, é uma discussão muito mais profunda do que
esta de tribuna que estamos fazendo aqui. Agora, se fosse simplesmente para
fazer assim... E aí, meus caros Vereadores e meu caro Ver. Villela, eu tenho
dedos, eu tenho pruridos de fazer isso, porque eu queria, por exemplo, Ver.
Prof. Alex Fraga, fazer um projeto indicativo dizendo que tem que colocar
aeromóvel ao longo da Av. Ipiranga, ligando a PUC com a UFGRS. Eu acho ótimo
isso. Defendo há muito tempo, mas não é tarefa de um Vereador! É por isso que
eu tenho esses dedos. Eu não vou colocar no papel alguma coisa que eu sei que
não é tarefa do Vereador. Parklets –
nós tínhamos conversado, é tarefa do Executivo. Eu levei adiante isso lá. É um
trabalho técnico que foi feito, de mais de 200 páginas e aí o Vereador vem –
com todo o respeito que tenho pelo Vereador – e faz um projeto de lei com duas
laudas e coloca lá no seu informativo: “Ah, eu fiz o projeto dos parklets” e joga para a sua torcida.
No
dia em que votaram aqui o negócio da bicicleta... E eu sempre votei a favor das
questões das bicicletas! Sempre! Eu era o Líder do Governo quando nós votamos o
Plano Diretor Cicloviário; eu era Secretário da SMIC quando nós começar a
instalar bicicletários pela Cidade; eu votei contra quando se retiraram os 20%
das multas sobre as bicicletas. Agora, Ver. Nedel, eu sei o que é função do
Executivo e eu sei o que é função do Legislativo, e eu procuro respeitar isso.
Semana passada, nós votamos contra exatamente porque tinha um vício de
legalidade, de origem, e aí, depois, estava no Twitter que eu tinha votado
contra. Por quê? Porque alguns Vereadores aqui se articulam em rede e querem
colocar nas mídias sociais e constranger os outros. “Ah, porque o Vereador Tal
defende isso e os outros são contra!” Então, acho muito perigoso isso que tem sido
feito aqui.
Volto
a dizer: se dependesse de mim, completava-se essa linha do aeromóvel que está
aqui para uma linha circular no Centro. Eu até sugeri, se um dia eu puder
voltar para o urbanismo, uma licitação internacional, uma Parceria
Público-Privada para a instalação de um aeromóvel aqui – mas isso é o Executivo
que tem que fazer. Um projeto de lei, saindo dessa linha circular, uma linha
das universidades, passando um ramal pela UFRGS, indo até a PUC pelo canteiro
da Av. Ipiranga. É possível um aeromóvel? Eu acho que é possível. Aí, de novo,
tem que ter um estudo técnico e o Executivo é que tem que liderar.
A
questão de um indicativo para que os ônibus transitem numa faixa exclusiva - é
claro que sim! Mas é o Executivo que tem que fazer. E nós legislarmos com
questões que são do Executivo e dizermos aqui para a torcida que nós estamos
fazendo e depois quem vota contra, porque não pode votar a favor, só resta um
caminho para quem é sério. E não estou dizendo que o Vereador não o seja, mas
eu sou muito sério nas coisas que eu trago, digo que eu não posso por isso, por
aquilo, e aí, quando vês, está na Internet o cara dizendo que votaste contra,
porque és contra isso ou contra aquilo. É um absurdo! Não é sério. Não é justo,
não é correto, não é ético! Então eu volto a dizer, de novo, para mim, uma
cidade olhando para o futuro - quanto mais eu que fui Secretário de Urbanismo -
tem que ter transporte coletivo e priorizar o transporte coletivo, ela tem que
ter transporte não poluente e priorizá-lo. Outra coisa, eu acho que nós temos
que colocar imediatamente tomadas de abastecimento de carros elétricos em Porto
Alegre. Posso fazer um projeto de lei amanhã! Mas não é o Vereador que tem que
fazer! Mas estou dizendo aqui que eu vou fazer, senão alguém vai ali para
dentro do gabinete, escreve, amanhã, e diz que fez, Ver.ª Lourdes. E está
funcionando assim! Então eu defendo o aeromóvel, eu defendo o metrô. E agora eu
vou criar um projeto de lei que o Município de Porto Alegre tem que fazer metrô
em toda a Cidade e vou dizer para todo mundo que é o Executivo que não quer
fazer, porque eu quero. Não podemos agir dessa forma! Então eu estou aqui, Sr.
Presidente, para dizer que acho que projeto de Indicação, sim, é o caminho,
Ver. Villela, mas que nós temos que ter muito cuidado com o tipo de política e
com o tipo de demagogia que vem se fazer aqui com a pena do legislador.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Reginaldo Pujol, a Indicação nº 045/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.).REJEITADA por 05 votos SIM, 12 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Só
para fazer um informe para o conjunto dos Vereadores. Hoje, 60 municipários e
municipárias fizeram doação de sangue como uma das atividades da greve, durante
todo o dia. Acho que foi um ato muito bonito, para ficar aqui claro que não são
só atos de fechamento, de luta, mas também de comprometimento com a saúde dos
munícipes.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, eu não compreendo essa preocupação com a Saúde, quando se faz uma
bloqueio e se interdita o recolhimento do lixo da Cidade. Fazer uma cidade
insalubre, onde as pessoas não possam tirar o lixo, Ver.ª Sofia, e a senhora
apoiando esses movimentos?
E doar sangue não elide a ação de bloquear um serviço essencial de uma cidade,
como é o serviço da Saúde – que não permitiram o agendamento das consultas, e
como é o serviço do lixo.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 1781/15 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 022/15, que
denomina Praça Harald Edelstam o logradouro público não cadastrado conhecido
como Praça 3089, localizado no Bairro Jardim Botânico.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Luciano Marcantônio: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 20-06-16 por força do
art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão
geral e votação o PLE nº 022/15. Em discussão. (Pausa.) Não havendo quem queria
discutir. (Pausa.) Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Lourdes Sprenger. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) Dezesseis votos
SIM. Declaro nula a votação por falta de
quorum deliberativo.
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo – às 17h53min):
Encerrada a Ordem do Dia.
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Prof.
Alex Fraga, Ver.ª Fernanda Melchionna, eu não os consultei, mas quero fazer um
apelo e um contraponto. Primeiro, que eu aceito, tranquilamente, qualquer
Vereador, aqui, que critique fechar a Estação de Transbordo. Eu acho que está
bem, eu acho que é controverso, eu acho que eu não faria se fosse eu a
dirigente, mas respeito as atitudes da categoria, uma vez que bloqueadas estão
as negociações, há uma semana. Eu não achei justo, Sr. Presidente, o Sr.
Vereador, que não vou nominar, chegar no microfone de apartes, questionar –
está bem! – e dizer que eu apoio, como ele costuma caluniar as Vereadoras e os
Vereadores quando vêm na tribuna, fazer valer as suas ideias e colocá-las nos
outros. Isso eu não acho correto, não acho justo, acho que é deselegante, é
desrespeitoso e eu não aceito. Quando eu fiz aqui um registro da doação de
sangue dos municipários, foi para dizer que a greve está sem ser vista e ouvida
há uma semana. Aí se radicalizam os atos dos municipários: fecham a porta da
FASC, fecham a porta da Prefeitura, porque o Prefeito não senta com a
categoria, nem que seja para ver os número e dizer: “Não posso”. Sentou só na
terça-feira da semana passada; amanhã fecham oito dias. Eu acho que isso não é
maneira de tratar o funcionalismo, que é responsável pelas políticas públicas
desta Cidade. Em todos os momentos que nós tivemos radicalizações – seja na
greve dos professores, seja na ocupação dos alunos –, esta Vereadora, como
outros aqui, como a Ver.ª Fernanda Melchionna e o Ver. Prof. Alex, esteve nos
locais para evitar tragédia, para evitar violência, para evitar confronto de
pais contra alunos e pais contra pais, incitados pelos assessores do Deputado
Van Hattem. Incitados, enquanto nós abríamos espaço de negociação no Ministério
Público – este é o nosso papel, este é o papel que eu tenho cumprido –, espaço
de mediação na Justiça, espaço de mediação na Câmara, mas a nossa Comissão
acabou não abrindo reunião, a CECE estava com muita agenda, mas eu solicitei.
Esse tem sido o nosso papel, esse é o papel dos Parlamentares, e não ir
fomentar pai para bater em aluno – pai para bater em aluno! –, como eu assisti.
Então,
eu só lamento que inverdades e agressões sejam repetidas aqui dentro, porque
essas agressões e inverdades estimulam a ira, o ódio lá na rua, e o nosso papel
não é construir o ódio, a destruição do outro; é construir diálogo, mediação,
escuta em relação ao movimento social. O movimento social está buscando
direitos. Uma educação empobrecida, uma educação depauperada, com salários
baixos não vai resultar numa educação de qualidade. Se o movimento está
lutando, está lutando por causas nobres, e a luta precisa receber diálogo. Um
diálogo não encerrou a saída do CAFF quando o Governo acenou que iria apontar
para alguma coisa, negociar?
Eu
espero, Ver. Kevin, que a negociação...
(Manifestação
fora do microfone.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Está mantida amanhã! Muito bem!
Tivemos
mais um momento de tensão aqui enorme, eu e a Fernanda ligando para as
direções, o Alex ligando para as direções do Simpa, mandando whats para abrir, exatamente para
liberar. Aí eu sou agredida pelo Vereador aqui na tribuna de apartes. E a gente
amanhece na rua mediando, a gente vai ao meio-dia, vem para cá, a gente torra o
telefone falando com o Cassio, falando com o Melo, e aí vêm ali e cometem
inverdades.
É
isso que eu não aceito! Espero que V. Exa. cuide, porque vão reagir, eles não
pensam no que dizem aqui e acabam tentando colocar um rótulo em mim, que não
colocarão. Não colocarão! Mordaça o senhor quer colocar através da lei nos
professores! Nesta tribuna, não terá mordaça, e muito menos etiquetas,
inverdades ou agressões para uma colega Parlamentar.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Valter Nagelstein está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROF. ALEX FRAGA (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito verificação de quórum.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Não deu, Ver. Prof. Alex, Infelizmente não deu.
Vamos em frente. Vamos por partes. Será que alguém, em pleno juízo de suas
faculdades mentais, acha que é razoável o bloqueio do recolhimento do lixo de
Porto Alegre? Será que alguém acha que é justo um momento grevista que
reivindica eventuais direitos ou reajustes – e todos os trabalhadores têm o
direito de reivindicar para fins de obter esses seus direitos – bloqueie o
direito sagrado do recolhimento dos detritos e do lixo de 1,5 milhão de
habitantes da Cidade? Nós, inclusive, pagamos a Taxa de Lixo. Eu acho que não.
Aí a Ver.ª Sofia vem no microfone de apartes, antirregimentalmente, dizer que
alguns servidores fizeram doação de sangue, como se isso elidisse todos os
crimes que eles estão cometendo todos os dias! Não elide, Ver.ª Sofia! E a
senhora não me cala! O que eu fiz ali foi exercer o meu direito democrático de
não permitir que a senhora fizesse mais uma demagogia, porque a senhora é
campeã da demagogia, campeã do mundo! Em qualquer esculhambação que houver em
Porto Alegre, está a Ver.ª
Sofia Cavedon; em qualquer ato de anarquismo que houver em Porto Alegre, está a
Ver.ª Sofia Cavedon. Para construir alguma coisa, não; é só para destruir!
Agora, esse negócio da “invasão das escolas”, como ela disse aqui... É
ocupação, movimento orquestrado. Vejam o documentário – está no meu Facebook –
sobre como é que se organiza isso. O CPERS, os trotskistas, o PSOL, o PT
aliciaram alguns meninos jovens, de 16 a 17 anos, colocaram um monte de coisa
na cabeça dessa gurizada e ensinaram como é que se faz e qual deve ser o
discurso, com o pacto de alguns professores, com uma estrutura ideológica toda
por trás. Os pais começaram a se revoltar, porque faz 45 dias que não tem aula,
Ver. Idenir Cecchim.
Nós
somos do Governo do PMDB. Quando o PT estava governando, eles iam para frente
da Prefeitura, todos os dias, desde a Copa, fazer passeatas contra nós, e nunca
contra coisas do PT, por exemplo. Agora, começaram com relação ao PMDB. Será
que as pessoas não se apercebem? As pessoas se apercebem, Ver. Prof. Alex
Fraga, que, por trás de tudo
isso, está o partido de vocês, estão a Ver.ª Sofia e a Luciana Genro, esculhambadora-mor,
nesse séquito que segue, nesse tipo de esculhambação. As pessoas se apercebem,
elas sabem o que está por trás, todos os dias, em todas essas balbúrdias.
A
Ver.ª Sofia veio aqui dizer para eu ter cuidado com o que falo. Ver.ª Lourdes,
a maior mentira e a maior injúria que eu já vivi aqui nesta Câmara foi um dia
em que a Ver.ª Sofia Cavedon inventou um release
e mandou para a Beatriz Fagundes, do
jornal O Sul. No outro dia, quando eu abri o jornal, de manhã, estava escrito
assim, com letras garrafais: “Um machista na Câmara de Vereadores”. Vejam bem,
sou casado há 23 anos, pai de duas meninas. Nunca tive um ato de machismo na
minha vida! Mas eles gostam de colar estes rótulos nas pessoas, Ver. Dr.
Thiago: é fascista, é machista, é autoritário, é coxinha, é isso, é aquilo; e,
depois, o ódio está nos outros. Agora, esses dias, num site desses que eles alimentam, tinha alguém falando algo a meu
respeito. Um deles, da esquerda – essa esquerda iluminista, democrática e
humanista –, disse assim: “Esperar o que de um judeu?”. Esse é o tipo de
tolerância que eles alimentam, esse é o tipo de política que eles fazem;
depois, jogam nos outros, que os outros são fascistas, os outros são
intolerantes.
Mas são eles que estão estimulando a barricada na frente do Sistema de
Recolhimento de Lixo em Porto Alegre! São eles que fizeram isso na frente da
Secretaria de Educação para que as pessoas que precisam do SUS, que são os mais
pobres, não tenham acesso às consultas públicas! São eles que invadiram as
escolas públicas municipais, sob a alegação – essa sim, verdadeira -, que
faltam recursos para as escolas. Mas essa alegação verdadeira esconde uma
política fascista, essa sim, de impedir aulas a quem quer ter, que os
professores trabalhem. A mesma ocupação feita aqui! É fácil atacar os poderes
desarmados, é fácil invadir a Câmara de Vereadores, como vimos aqui. Cada um
sentou em um canto deste plenário. Em determinado momento, cinco e pouco da
tarde, todos se juntaram e invadiram. Não tinha um comando central? Não tinha
organização? Nós não sabemos quem organiza, Ver.ª Fernanda? Quem está por trás
sempre dessas balburdias? Quem está, Vereadora? Sempre vocês! A sociedade está
cansada disso. Não se iludam. Esse discurso que vocês estão fazendo, sob o
pretenso discurso da ética, que ética é essa, se vocês estão defendendo o
Governo mais corrupto da história deste País? E saem todo dia para defender um impeachment falando em golpe, num
processo absolutamente legítimo! Alto lá, cuidado com o que falam! Mais do que
isso: não imaginem que a sociedade não está observando os atos de violência que
vocês têm praticado e o que vocês têm provocado na sociedade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PROF.
ALEX FRAGA:
Sr. Presidente, solicito a retirada do pedido de verificação de quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Deferido o pedido.
O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DR.
THIAGO: Sr. Presidente, democraticamente, quero dizer que como estamos
chegando ao final da sessão e temos que nos acalmar. Eu já me estressei muito
hoje, até por que eu olho
para a gestão e vejo todos juntos, talvez o PSOL não, mas eu vejo o PT dentro
da gestão municipal; eu vejo o PT dentro da gestão municipal, claramente.
Então,
falar novamente do episódio da invasão da Câmara, Ver. Valter, V. Exa. tem toda
a razão. A invasão da Câmara houve indiciamentos, infelizmente, um dos 19
sindicatos que foram indiciados pela CPI - foi aprovado o relatório da CPI,
Ver. Bernardino -, foi o Simpa, com o voto contrário da Ver.ª Sofia. Nós
tínhamos faixas do Simpa aqui dentro. Houve apresentação dos componentes dos
movimentos todos vinculados a partidos políticos. Ver. Bernardino, na audiência
de conciliação, entre aspas, como é que a Câmara vai ter uma audiência de reconciliação
na reintegração de posse? Uma coisa absurda! Na audiência de conciliação o Ver.
Bernardino sugeriu e foi acatado pela Promotora e pela Juíza que os que moravam
em Porto Alegre, e as crianças, saíssem naquele dia. Os que fossem do Interior
e de outros Estados saíssem depois! Saíssem no dia seguinte, porque era muito
tarde. Então, nós tínhamos invadido a Câmara de Porto Alegre, na luta, entre
aspas, por uma diminuição do valor da passagem, pessoas que não eram Porto
Alegre! Pessoal que veio do Pará, aqui, invadir a Câmara! Então, é importante
fazer essa constatação. Aqui todo mundo sabe de onde os movimentos vêm; ninguém
é marinheiro de primeira viagem nesta Casa. O que menos conhece aqui é
Vereador; vamos deixar bem claro. Então representa um grupo e é importante que
a gente deixe bem claro isso.
O
meu veto, por exemplo, no projeto de hoje, foi um veto político. Todo mundo
sabe que a Secretária Adjunta da Saúde é do PCdoB, todo mundo sabe! Mas eu
preciso dizer aqui; Fátima Ali, todo mundo sabe! Secretária Adjunta da
Secretaria Municipal, todo mundo sabe. Ninguém é ingênuo aqui, todo mundo sabe
quais são os ditames de cada setor da Administração. A população, inclusive,
sabe,
está atenta. Agora, o que não podemos continuar é fazendo com que a maioria seja
refém da minoria, isso não pode acontecer. Olha o esforço hercúleo que nós
tivemos aqui, em 2013, o Ver. Bernardino, eu, diversos Vereadores, Janta, para
que não tivéssemos uma vítima aqui dentro. Fizemos todo o esforço, e esse
esforço em determinado momento, entendi como sinal de fraqueza. Grande parcela
da população entendeu, mas uma minoria não entendeu naquele momento.
Efetivamente usar o poder desarmado, usar a Câmara, o Parlamento como refém de
processos eminentemente políticos-partidários não é correto, não foi correto
naquele momento, Ver. Valter, o Prefeito não ter assinado a reintegração de
posse junto com o Presidente da Câmara, não foi correto. Ele se comprometeu em
assinar e não assinou. É importante a gente deixar claro, a gente jogar bem claro
e bem aberto, porque, certamente, nós vamos ter um respeito, inclusive, maior
da sociedade. Para finalizar, quero dizer o seguinte: a maioria dos Vereadores,
nós temos claramente uma divisão nacional envolvendo o respeitado PMDB e o PT.
Nós temos uma divisão nacional. Quero dizer que, de minha parte e de parte de
grandes segmentos dos Vereadores desta Casa, nós não estamos nessa dicotomia,
nós não somos Inter nem Grêmio, nós precisamos, e essa é a minha obstinação,
meu objetivo, meu intuito, minha esperança, de ter um projeto alternativo para
esta Cidade, para este Estado, para este País. Isso, tenho certeza de que a
sociedade está claramente muito atenta a essa questão dessa dicotomia, e vai
dizer, curto, médio e longo prazo, não a esse processo, porque esse processo,
sem dúvida nenhuma, divide o País, divide o Estado e divide a Cidade, e o povo
brasileiro, o povo porto-alegrense, o povo gaúcho não quer divisão, quer, sim,
união.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. VALTER NAGELSTEIN (Requerimento):Sr. Presidente, solicito verificação de
quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Solicito abertura do painel eletrônico
para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Valter Nagelstein. (Pausa.) (Após o fechamento do painel
eletrônico.) Não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h11min.)
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